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Sem estrutura, bairro espera por regularização

Foto: Leandro Las Casas

A indignação de quem vive no loteamento Santa Clara do Lago não é só com a falta de asfalto, esgoto e rede de água, mas também com o impasse que confunde os moradores. Afinal, o local fica em Campinas, ou Monte Mor?

“A maioria dos moradores vota em Campinas, mas a região fica dentro de Monte Mor, inclusive a entrada. O que a gente quer como um bairro reconhecido é que as autoridades venham, entrem e comecem a exercer as suas funções aqui”.

A resposta é de Wagner Alexandre Batista, pastor que reside no bairro há 17 anos. Ele explica que as cerca de seis mil pessoas começaram a chegar à área de uma antiga fazenda décadas atrás, quando os lotes passaram a ser divididos.

O problema é que o adensamento cresceu sem qualquer planejamento. Ou seja, sem saneamento básico, ou rede elétrica, ou qualquer padrão viário que permitisse a circulação de ônibus. Além disso, o acesso é feito por uma portaria.

“Nós queremos a regularização, tanto dos lotes quanto das vias. Por se tratar de um bairro, estamos reivindicando a retirada da portaria pra que os ônibus possam circular, assim como todos os órgãos, para ter estrutura”, diz o pastor.

Consultada pela CBN Campinas, a Prefeitura de Campinas tirou qualquer dúvida e confirmou que “o município não tem qualquer responsabilidade sobre este empreendimento ou sobre o processo de regularização fundiária”.

Monte Mor, por outro lado, se manifestou através do secretário municipal de Planejamento e Obras, Vilson Amaral. Em entrevista concedida à reportagem, ele reconheceu que o bairro pertence à cidade e disse acompanhar a situação.

Amaral esclarece que teve acesso aos trâmites e afirma que a solicitação feita pela associação dos moradores do Santa Clara do Lago foi feita em cartório, que pediu a atualização das matrículas e a certidão do valor venal.

“É um loteamento grande lá. São 1,4 mil lotes, que é o número que a gente tem de certidão. Então, vai ser um trabalho bem grande do cartório. Só que aí pode ser que tudo seja emitido de forma sucessiva, de quadra em quadra”, detalha.

Passada a etapa em cartório, o secretário diz que a regularização destrava uma série de benefícios e intervenções. Uma delas já está pronta: a planta da rede de água e esgoto a ser instalada pela Sabesp, responsável pelo abastecimento.

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