Um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Campinas obriga os comerciantes com permissão de atuarem nos parques públicos da cidade a oferecerem frutas frescas no cardápio. A proposta força que os permissionários tenham disponíveis os alimentos saudáveis como opções para os consumidores que frequentam as áreas de lazer. Na Lagoa do Taquaral, por exemplo, existe apenas um quiosque especializado em sucos naturais. Porém, não há comércio de frutas in natura. O comerciante Jerônimo Barbosa de Castro vende água de coco e, para atender a demanda, oferece também produtos industrializados. “Precisamos atender quem vem fazer algum esporte e também quem só vem passear”, define.
Para o personal Rogerio Esteves, a proposta do projeto de lei é correta, faltam opções de produtos naturais nos parques públicos. “Quanto mais tiver, melhor. Seria interessante sim”, opina. A pediatra Andreia Campanhola também concorda com o PL que visa incentivar venda de alimentos naturais nas áreas de lazer. Na opinião dela, existe um comodismo dos comerciantes e, principalmente, uma falta de costume do público em optar pelos produtos naturais. “Eu acho que ainda tem uma procura pelos industrializados. Mas vamos ter esperança”, diz.
O comerciante Odenilton Leão tem um quiosque na entrada do portão cinco, próximo às quadras esportivas da Lagoa do Taquaral. Ele oferece sucos naturais, pois não há procura por frutas. “Eu vendo de tudo, mas a fruta não. O público não procura. Pelo menos aqui, não. Sai mais isotônico”, afirma. O motorista Luiz Antônio é cliente do quiosque e prefere refrigerante a suco natural. “Suco eu não sou muito chegado. Eu consumo muito pouco”, reconhece.
De acordo com vereador Carmo Luiz, autor do projeto, a lei vai ajudar os frequentadores de parques públicos que buscam alimentação saudável. O projeto, segundo ele, é autorizativo e não punitivo, já que a proposta é incentivar o comércio e o consumo de alimentos saudáveis. “Tem o propósito de autorizar e chamar a atenção da sociedade pra que haja um incentivo para a comercialização de frutas frescas”, defende. A proposta segue o exemplo de uma lei municipal de autoria da vereadora da capital paulista Soninha Francini. O vereador explicou que, além das áreas de lazer, o projeto deverá envolver também o comércio de alimentos em áreas próximas a hospitais e demais de grande concentração de público.
