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Crise reduz opções de supermercados 24 horas

Campinas não tem mais supermercados que funcionam durante a madrugada. As opções, antes presentes em bairros como Cambuí, Vila Nova e Ponte Preta, foram minguando. E a explicação tem relação direta com a crise econômica. Como os últimos anos não foram fáceis para o setor, o presidente da Associação Paulista de Supermercados, Ronaldo dos Santos, alega que os estabelecimentos precisaram cortar gastos. Com isso, o funcionamento precisou ser restrito.

Ele explica que custa caro manter diariamente uma equipe, ou pelo menos parte de uma equipe, fora do horário comercial, já que os locais costumam precisar de operadores de caixa, conferentes, atendentes, estoquistas e ainda seguranças. “A partir de 2015 e 2016, com a crise econômica, as empresas começaram a racionalizar mais os processos e a perceber que o horário, principalmente na semana a partir de uma hora da manhã, não era mais viável”, aponta Santos.

O engenheiro técnico Bruno Zini sente falta de ter a opção de fazer as compras em um horário flexível. Ele saía tarde do trabalho e costumava frequentar um supermercado na Avenida Imperatriz Leopoldina, no Vila Nova, de madrugada. Além de preferir fazer as compras planejadas ou imprevistas em momentos com pouca fila ou movimento, conta que era comum ir até o estabelecimento durante os fins de semana, principalmente quando ia ou voltava de algum evento.

“Às vezes com o dia-a-dia corrido, mercado lotado e fila pra pagar muito demorada, era um momento de calma. Eu poderia sair do serviço, descansar e ir com calma. Quando saía de madrugada, poderia comprar o que precisasse”, diz.

Apesar de resultados melhores ao longo de 2019 e da tendência de reação econômica notada pelo setor, o presidente da Apas, Ronaldo Santos, não consegue afirmar se existe a chance da retomada das atividades por 24 horas. Para ele, trata-se de um serviço adicional que vai depender da estratégia de cada rede, ou loja, já que existem opções menores e menos custosas que absorveram parte da clientela, como lojas de conveniência de postos e também padarias.

“Não acho que vão existir muitas unidades fazendo isso, até em função das conveniências que já existem. Só que, havendo uma melhora econômica, pode até ter um impulso. Mesmo assim, não é caso para a abertura de muitas”, opina.

Em nota, o Grupo Pão de Açúcar justificou que o fim das atividades noturnas do Extra Abolição e do Pão de Açúcar do Cambuí foi definido a partir de readequações feitas desde 2014 e motivado por estudos de comportamento.

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