O varejo brasileiro registrou queda de 25,2% entre 16 e 22 de março na comparação com a semana anterior devido aos reflexos da pandemia. Os dados colhidos em um levantamento feito pela Boa Vista indicam ainda redução de 9,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Na opinião do economista da entidade, Flávio Calife, o resultado foi causado pela adoção das medidas restritivas contra a covid-19 em vários estados. Para o especialista, o auxílio de R$ 600 mensais aprovado no Senado para trabalhadores informais pode ser uma chance de reação no consumo.
“É complicado. O mundo está enfrentando uma crise, não só o Brasil. Mas é fato que aqui é maior e por isso há medidas pra reduzir impactos”, comenta.
Para Calife, a movimentação tem caído gradativamente desde a definição de pandemia feita pela Organização Mundial da Saúde, no início de março. Com isso, no penúltimo fim de semana do mês, a retração da venda do varejo chegou a 36,6% em relação ao final de semana interior, entre 13 e 15.
Daqui pra frente, segundo ele, nem mesmo as decisões paliativas devem bastar e o setor de serviços deve sofrer, provavelmente mais do que o comércio. “A recuperação é impossível. Ninguém irá mais vezes em restaurante e bar porque no mês anterior não foi. Então vai superar o comércio” opina.
O levantamento foi baseado em uma amostra das consultas no SCPC, banco de dados da Boa Vista, realizadas e consideradas de 6 a 22 de março.