Os testes sobre a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento do covid-19 ainda não são conclusivos. Os estudos envolvendo pacientes no Amazonas foram interrompidos na última semana depois que 11 pacientes morreram durante o tratamento. De qualquer forma, como as substâncias são utilizadas no combate a outros tipos de vírus, não está descartado que efeito do medicamento seja eficaz.
O médico Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, é defensor do uso. Ele conta que há décadas receita cloroquina a pacientes, mas em casos específicos, e o remédio não apresenta efeitos colaterais em outras doenças.
O problema, segundo o médico, é o uso indiscriminado da cloroquina, medicamento que precisa ser receitado por um especialista. Para Antonio Carlos Lopes, a automedicação será prejudicial ao paciente que ainda nem sabe se contraiu o novo coronavírus.
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, é defensor do uso da cloroquina, que de acordo com ele, pode ter até efeitos psicológicos para o paciente de covid-19. O presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica concorda com Bolsonaro e diz que opiniões contrárias sem a conclusão do estudo são politização do assunto.
A página do Ministério da Saúde na Internet desmente em uma publicação do dia 10 de abril uma notícia de que 40 pessoas testadas nos Estados Unidos foram curadas. Segundo a nota, a cloroquina e hidroxicloroquina são medicamentos indicados para uso de curto prazo, apenas em pacientes graves hospitalizados devido ao coronavírus, junto com fármacos para febre e mal-estar. Já Antonio Carlos Lopes escreve em artigo no site da Sociedade Brasileira de Clínica Médica que com o potencial de destruir o agente invasor, mas não de regenerar o pulmão, a cloroquina deve ser aplicada logo nos primeiros sintomas da doença, referindo-se à malária, na qual a cloroquina é receitada.