O isolamento social, medida defendida por diversos especialistas e adotada em grande parte do mundo para conter o avanço do novo coronavírus, tem eficácia comprovada também nos estudos matemáticos. Um dos cálculos que comprovam esta tese considera a restrição do contato social de pessoas assintomáticas para a Covid-19, ou seja que não apresentam sintomas mesmo em contato com o coronavírus.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 86% das pessoas não apresentam sintomas. Uma das análises hipotéticas da professora da Faculdade de Matemática da PUC-Campinas, Maria Beatriz Ferreira Leite, considera a existência de nove casos assintomáticos para cada um sintomático, como tem sido divulgado pelos órgãos de saúde pública.
Ela considera ainda a taxa de transmissão divulgada, de que um indivíduo infectado poderia transmitir a doença para, em média, outras 2,5 a três pessoas. Maria Beatriz possui experiência na área de modelagem matemática em epidemiologia – que busca entender o comportamento das doenças a partir de informações quantitativas e qualitativas.
Ela criou dois cenários hipotéticos para o estudo. No primeiro, não há e no segundo há a adoção de isolamento social. Ela concluiu matematicamente que a segunda situação é capaz de impedir o contágio de milhares de pessoas em relação à primeira situação. Para Maria Beatriz, esse estudo comprova que o potencial contagioso do coronavírus depende do comportamento social e das escolhas de cada um de nós.
Com estas projeções, que podem ser desenvolvidas através de estatística, equações, sistemas dinâmicos, entre outras ferramentas, os matemáticos vêm sendo utilizados como grandes aliados para análise de dados e tomada de decisões, contribuindo, para a definição de medidas preventivas e na escolha das estratégias de controle.
