Duas das equipes mais tradicionais da Fórmula 1 e intimamente ligadas à história dos pilotos brasileiros atravessam crise financeira antes do início da temporada 2020, adiado por causa da pandemia do novo coronavírus. Por isso, mudanças devem acontecer.
A Williams, sete vezes campeã mundial de pilotos, uma delas com Nelson Piquet em 1987, e nove vezes de construtores, acumulou prejuízos de R$ 86 milhões em 2019 e perdeu a principal patrocinadora. Com isso, o dono Frank e a filha Claire Williams cogitam colocar a escuderia à venda.
A equipe inglesa estreou na categoria em 1975 e além de Piquet, teve Ayrton Senna, que morreu em acidente pilotando para a Williams em 1994, e também Antônio Pizzonia, Bruno Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa como pilotos titulares. No ano passado, amargou a última colocação no campeonato, marcando apenas um ponto com o polonês Robert Kubica. O último título da Williams foi conquistado em 1997, com Jacques Villeneuve.
Já a McLaren apontava sinais de recuperação na pista depois de temporadas ruins. Campeã pela última vez em 2008 com Lewis Hamilton, a equipe fundada em 1963 terminou a última temporada na quarta colocação entre os construtores.
O time inglês, campeão de pilotos 12 vezes na história, perdeu o espanhol Carlos Sainz para a Ferrari, mas investiu alto no australiano Daniel Ricciardo para 2021. Mesmo assim, a empresa amarga prejuízos e deve demitir 1.200 funcionários, não somente da equipe de Formula 1, mas da linha de produção de carros de rua. Da equipe que trabalha na principal categoria do automobilismo, 70 trabalhadores devem perder o emprego.
No ano passado, por decisão do Governo Federal, a Petrobras rompeu um contrato que seria de cinco anos com a McLaren, que rendia 168 milhões de libras esterlinas (R$ 1,2 bilhão nos valores de hoje).
Metade dos oito títulos brasileiros na categoria foram conquistados pela McLaren. Emerson Fittipaldi venceu o mundial de 1974 e Ayrton Senna os de 1988, 1990 e 1991.