Estado mais rico do País e alvo constante da atenção da imprensa, da população e dos órgãos de controle, São Paulo ficou na penúltima colocação no Ranking de Transparência no Combate à Covid-19, com nota melhor somente que Roraima.
A lista foi feita pela ONG Transparência Internacional e mostra o estado com pontuação de 28,8, bem abaixo do antepenúltimo, Acre, com 41,77. A escala, de 0 a 100, leva em conta uma série de critérios baseados em um guia.
O documento intitulado Recomendações para Transparência de Contratações Emergenciais em Resposta à covid-19, lançado no início de maio, foi produzido de forma conjunta pela organização e o Tribunal de Conta da União, o TCU.
Para o coordenador de pesquisa da Transparência Internacional, Guilherme France, a avaliação de fatores como o uso da tecnologia e a existência de ouvidorias provam que o maior acesso às informações não está ligado à riqueza.
“Não são os estados mais ricos que tiveram os melhores resultados e não foram os mais pobres que tiveram os piores. Isso mostra que os resultados positivos são alcançados através de vontade política e de organização institucional”, diz.
Conforme o conceito levado em conta pela ONG, não basta disponibilizar informações na internet se elas estão publicadas de forma dispersa, incompleta e, principalmente, escondidas em páginas com pouca visibilidade.
Para o coordenador do levantamento, o desempenho do governo paulista não surpreende, porque evidencia a falta de uma controladoria geral do estado, órgão que existe e atua como uma secretaria em outras unidades da federação.
“São Paulo é um dos poucos estados que não ainda não possuem um órgão a nível de secretaria que tem responsabilidade por todas as competências relacionadas ao combate a corrupção e à promoção da transparência”, opina.
Espírito Santo, com 97,4 pontos, Distrito Federal, 88,61, Goiás, 84,8, e Paraná, com 81, são os destaques como os quatro únicos estados com nível “ótimo” de transparência para contratações emergenciais durante a pandemia de covid-19.
