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Incidência na RMC está entre as menores do país

Foto: Arquivo/Banco de imagens

Mesmo com o estado de São Paulo sendo o epicentro do coronavírus no país, a taxa de casos confirmados e de mortes por covid-19 na Região Metropolitana de Campinas está entre as menores do país. A análise feita pelo Observatório da PUC-Campinas leva em conta os dados oficiais registrados até o dia 17 de maio. A média, para cada 100 mil habitantes, é de 42,6 casos notificados da doença e em relação às mortes, o índice de ocorrência é 1,5.

Os mapas indicam, até o momento, maior incidência de casos na região norte do país em termos relativos, a cada 100 mil habitantes, e nas regiões de maior densidade demográfica, mais próximas ao litoral. A característica heterogênea do contágio faz com a média nacional em casos notificados seja de 65,3 a cada 100 mil pessoas, enquanto a de mortalidade é de 3,31.

Com números bem inferiores à média nacional, a RMC como um todo tem casos equivalentes a 25% dos municípios com menor taxa de casos notificados, e 20% das cidades com menor taxa de mortalidade do país. A avaliação levou em consideração apenas os casos oficiais notificados pelas secretarias de saúde e pelo Ministério da Saúde. O economista do Observatório da PUC-Campinas, Paulo Oliveira, afirma que é preciso levar em consideração o fato que há subnotificação dos casos na RMC, assim como acontece em grande parte do mundo.

“Sim, tem subnotificação, assim como a gente teve no mundo inteiro, praticamente. Com a exceção de alguns poucos países que fizeram testes em massa, como a Coreia do Sul, todo país teve algum grau de subnotificação. Mesmo porque a doença pode ser assintomática para boa parte da população, como os especialistas de saúde me relataram”, explica.

Nesta semana, o governo de São Paulo expressou preocupação com o interior do estado, em especial as regiões de Campinas e Bauru, que estão com uma velocidade de contaminação maior do que na capital, onde se concentra o maior número de casos de covid-19 do Brasil. Segundo o professor Paulo Oliveira, a contaminação pelo novo coronavírus acontece de forma muita rápida e com alto potencial de migração para outras regiões.

Ele afirma que o indicador que coloca a RMC numa situação mais confortável que outras áreas é válido apenas para esta semana. O economista acredita que este melhor desempenho está relacionado diretamente a algum sucesso do isolamento social e que jamais poderia ser usado como argumento para o relaxamento da quarentena imposta no estado.

“Você tem uma série de estudo mostrando que ela (pandemia) tem migrado para o interior do país. O interior do estado de São Paulo é uma situação preocupante já. A gente pode ter outros epicentros no interior de São Paulo. Então essa situação, essa foto que o estudo revela, vale apenas para essa semana. Há razões para acreditar que essa taxa está ainda sob controle por conta de alguma eficácia das medidas de isolamento social, então não seria argumento para se liberar ou relaxar o isolamento social”, afirma.

Na região, Campinas, Morungaba e Vinhedo são os municípios com maior número de casos confirmados, sendo Pedreira, Santa Bárbara D’Oeste e Arthur Nogueira os de menor incidência, na faixa de 6 a 15 casos a cada 100 mil habitantes. Em relação aos óbitos, Hortolândia, Indaiatuba, Valinhos, Nova Odessa e Monte Mor apresentam os índices mais elevados.

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