O setor de máquinas e equipamentos industriais foi um dos mais afetados com a crise do novo coronavírus, porém os dados do Índice de Confiança da Indústria da FGV aponta um leve crescimento em plena pandemia. Em maio, o índice mostra uma elevação de 2,4% ante ao mês anterior. De acordo com o economista e presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais, a Abimei, Paulo Castelo Branco, o setor foi um dos primeiros a sofrer com a crise e a expectativa é que seja um dos últimos a sair dela.
Com a crise os investimentos das empresas pararam e estimativa é que só irá voltar quando os empresários sentirem segurança. O resultado positivo apontado pelo Índice, segundo o presidente da Abimei, é consequência do período anterior ao início da pandemia. De acordo o Paulo Castelo Branco, o segundo semestre do ano passado foi considerado positivo pelo setor. A perspectiva para 2020 era otimista e pode ser confirmada nos primeiros meses do ano, mas a sensação foi quebrada pela pandemia.
Apesar da confiança na recuperação do setor, o presidente da associação, preferiu não estipular perspectivas diante do clima nebuloso pela qual atravessa a economia brasileira e mundial. Segundo ele, é ainda muito cedo para avaliar o estrago. O economista cita que 80% da indústria brasileira é composta por pequenas e médias empresas e a recuperação para quem conseguir se manter no mercado será lenta. Como exemplo, ele cita a indústria automobilística que representa 6% do PIB. O setor estava parado em 96% e atualmente voltou a funcionar com uma média de 25 a 30% da capacidade de produção. Para ele, a equipe econômica do Governo Federal tem se esforçado, mas é difícil um socorro tão rápido. O ponto positivo é a queda na taxa de juros, que tende a cair ainda mais.