A utilização do plástico como barreira para permitir o abraço e diminuir um pouco a saudade do contato físico com entes queridos não é uma medida de proteção contra o coronavírus recomendada pela medicina. O procedimento chamou a atenção da população por causa de uma cena exibida na televisão, que ocorreu numa cidade do interior de São Paulo, registrando o encontro de um aluno, que por estar com muita saudade da professora, utilizou uma capa de chuva envolvendo o corpo dele, como forma de permitir um abraço.
Outro exemplo aconteceu numa cidade norte-americana, quando uma mãe improvisou uma painel de plástico para que os filhos pudessem abraçar a avó. Apesar da boa intenção no gesto de carinho, o médico infectologista do Hospital PUC Campinas, André Bueno, afirma não haver comprovação de segurança neste tipo de procedimento.
André Bueno faz uma analogia com os EPIs usados pelos profissionais de saúde, que são os únicos equipamentos que atendem ao protocolo considerado seguro de proteção contra a contaminação. De acordo com o médico, André Bueno, o atual momento exige total distanciamento e o contato físico deve ocorrer só em extrema necessidade.
Ele explica que se a aproximação for inevitável, como ocorre, por exemplo, no atendimento a idosos ou a pessoas que precisam de cuidados, devem ser seguidas as normas recomendadas, como o uso de máscaras, desinfecção e distanciamento. As máscaras devem ser trocadas sempre que estiverem úmidas e só podem ser manipuladas pelas alças laterais. No ambiente de trabalhado considerado essencial, que exija a presença do funcionário, a recomendação é que sejam utilizadas máscaras.
