Os 250 moradores de Campinas que aceitaram fazer o teste rápido de covid-19 vão ajudar a medir a velocidade e o alcance do surto da doença em todo o País. Os procedimentos foram feitos por três dias, entre 21 e 23 de junho, por equipes do Ibope Inteligência, que também estiveram em outras 132 cidades brasileiras.
A CEO da agência, Márcia Cavallari Nunes, explica que o estudo é financiado pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Universidade Federal de Pelotas. A escolha dos municípios se deu pelo tamanho e classificação nos censos do IBGE. Ela explica que a amostragem serve para detalhar o cenário de cada local.
“Tem o objetivo de representar cada um dos municípios como um todo e individualmente. Não pode ser projetado para o Brasil como um todo, porque as cidades possuem características diferentes e não representam o Brasil”, diz.
Essa foi a terceira etapa do que é considerado o maior levantamento populacional do mundo a estimar a prevalência de covid-19 em um território. A segunda fase da pesquisa apresentou evidências inéditas sobre a velocidade de expansão do coronavírus em 83 cidades e mostrou a porcentagem de infecções.
Conforme os resultados, a proporção dos que já contraíram o vírus no Brasil aumentou em 53% no período de duas semanas entre 21 de maio e 5 de junho. Além disso, há a indicação de que, para cada diagnóstico confirmado, existem ao redor seis casos reais não notificados, o que equivale a 1,7 milhão de pessoas.
“Na primeira pesquisa você tem uma fotografia de qual é a proporção de pessoas que tiveram contato com o vírus. Na segunda, a velocidade de expansão da criação de anticorpo, o que também será possível com a terceira”, explica ela.
Os dados são compilados através de uma pequena amostra de sangue colhida de um dos dedos dos entrevistados, que ficam sabendo na hora o resultado. Márcia Cavallari explica que o momento atual do estudo aconteceu com maior facilidade, porque no início a maioria dos moradores não conhecia o trabalho.
Com isso, muitas vezes, as equipes eram abordadas pela polícia e levadas a delegacias, o que dificultou e atrasou a realização dos testes e do levantamento. Agora, porém, existe o apoio, inclusive, de agentes de saúde dos municípios. Ela também explica que a escolha das residências é feita de maneira aleatória.