O distanciamento social devido à covid-19 diminuiu cerca de 20% a poluição em São Paulo e, consequentemente, a incidência de raios na cidade. Os dados fazem parte de um estudo do Grupo de Eletricidade Atmosférica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O estudo coordenado pelo cientista Osmar Pinto Junior analisou dados de descargas atmosféricas no período de 20 de março a 2 de abril, período em que o distanciamento social na capital registrou maior adesão.
A conclusão inédita, segundo o cientista, foi que as descargas elétricas que vão para o chão diminuíram consideravelmente com a redução da poluição. Segundo ele, o estudo vai ajudar a ciência a entender a relação entre o ar poluído e as descargas elétricas que causam prejuízos e mortes. A estimativa é que cerca de 300 pessoas são feridas por raios anualmente no País e, deste total, grande parte vai a óbito.
O levantamento, segundo ele, era para ter sido feito também em Campinas. Porém, no período analisado, não ocorreram tempestades na cidade. O trabalho está sendo divulgado no exterior e a expectativa é que incentive novos estudos científicos relacionados ao tema. Os dados coletados pelo grupo do Inpe confirmam também que as “super tempestades” com mais três mil raios que ocorrem em São Paulo nos últimos anos são consequência não somente do aumento local da temperatura, como também do aumento da poluição na cidade.