A quarentena e o isolamento social criam uma situação propícia para o aumento de casos de compulsão alimentar. Quem tem se alimentado além do necessário, mesmo sem estar realmente com fome, pode acender o sinal de alerta. Esse é um dos sintomas do chamado Transtorno da Compulsão Alimentar.
De acordo com a psicóloga Flávia Teixeira, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ e especialista em Transtornos Alimentares pela USP, o transtorno se caracteriza pela ingestão, em um curto período de tempo, de uma quantidade exagerada e desnecessária de alimentos, comprometendo a saúde e o comportamento.
O Transtorno da Compulsão Alimentar atinge mais mais mulheres do que homens, numa proporção de 60% para 40%. Nas mulheres, é mais comum que o problema apareça quando elas ainda são jovens, no início da idade adulta. E nos homens, mais tarde, entre 40 e 50 anos.
Segundo Flávia Teixeira, quando uma pessoa não está conseguindo fazer escolhas relacionadas à comida e se sente refém dos medos e pensamentos obsessivos, provavelmente possui algum transtorno relacionado à alimentação. Com isso, a quarentena pode se tornar um gatilho ou piorar casos de pessoas que já eram acometidas pelo transtorno.
Para Flávia, o melhor tratamento do Transtorno da Compulsão Alimentar é o interdisciplinar. Com medicamentos, prescritos por um médico psiquiatra, associados à terapia comportamental ou psicodinâmica, com acompanhamento de endocrinologista,educador físico e profissional de nutrição.