Com a pandemia, os clubes esportivos e de lazer tiveram que fechar as portas e impedir a presença de associados em suas instalações. O resultado foi a queda na receita e o aumento da inadimplência, já que a crise econômica refletiu no orçamento de muita gente, que passou a priorizar o pagamento de contas mais importantes. Com o faseamento no Plano São Paulo e a estabilização dos indicadores da pandemia na região de Campinas, as entidades já vislumbram o retorno das atividades. Os clubes já trabalham na construção de protocolos de segurança, visando uma retomada gradual e consciente.
Em Campinas, são vários exemplos de como a pandemia interferiu negativamente na administração das unidades espalhadas pela cidade. Na Hípica, por exemplo, a perda de receita foi grande. Assim que a quarentena começou, o clube concedeu desconto de 20% no valor das mensalidades. As aulas que são ministradas no local foram suspensas e consequentemente não houve mais pagamentos. Os alugueis do espaço para eventos particulares também foram suspensos. O presidente da Hípica, Pedro Pupo Nogueira, disse que além de enfrentar uma crise econômica deste tamanho, o clube teve que lidar com a ansiedade de seus associados. “Os problemas causados pela paralisação. Tivemos vários. Primeiro, administrar a ansiedade dos associados. Quem conhece a hípica sabe que o sócio tem um convívio íntimo no dia a dia no clube. Também tivemos a questão da renúncia de receitas. Uma série de receitas que, de uma hora para a outra, o clube teve que administrar”, explica.
A inadimplência é um fator que quase todos os clubes enfrentam neste momento. Com a incerteza provocada pela crise econômica, é normal que parte da população priorize pagamentos e deixe de lado aquilo que não é essencial para a sobrevivência de sua família. O presidente do Clube de Cultura Artística, Gilberto Aragão Umbuzeiro, disse que no contexto atual, as atividades de lazer passaram a ser consideradas supérfluas. Segundo ele, isso gerou uma inadimplência de 20% durante a quarentena. “Nós tivemos aí em torno de 20% de inadimplência e que acabou acarretando alguns cancelamentos de associados, que acabaram saindo do clube por diversos motivos. Mas o maior foi o financeiro. Realmente fica difícil as pessoas cumprirem o compromisso, sendo que o clube é considerado um item supérfluo na conta do dia a dia. Existem inúmeras prioridades na frente do clube”, afirma.
Diante de um período economicamente difícil, os clubes se preparam para retomar as atividades e por isso trabalham na criação de protocolos de segurança. O Regatas, por exemplo, já enviou sua proposta para as autoridades municipais de saúde, como afirmou seu presidente, Orlando Nista Júnior. “Já protocolamos na prefeitura de Campinas, um manual com todas as providências que serão estabelecidas, quando da autorização da reabertura dos clubes. Para todos os segmentos, tanto o esporte, quanto a área social. Para tudo isso tem lá no nosso manual quais serão as regras que serão estabelecidas para a nova utilização”, disse.