Para o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Celso Pascalicchio, o corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros reverte a tendência dos últimos meses e favorece os financiamentos.
A medida adotada pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central reduziu a Selic de 2,25% para 2% ao ano. Com isso, o momento é bom para quem está construindo, ou negociando um contrato imobiliário.
“Nós estamos revertendo o que observamos no início do ano. E, inclusive, os índices de confiança e de expectativa do mercado da construção civil estão mostrando essa reversão do que vivíamos seis meses atrás”, argumenta.
O corte foi o nono seguido e o quinto anunciado em 2020, o que faz com que o patamar atual seja o menor desde o início da série histórica, em 1996. O resultado deve refletir nas prestações, que podem cair até pela metade.
Além disso, as operações de crédito e os investimentos no mercado imobiliário também devem ficar mais atraentes, o que deve aquecer o setor. Assim, o comportamento do sistema financeiro tende a mudar gradualmente.
“Eu acredito que os sistemas financeiro, de poupança e de empréstimo devem colaborar com os brasileiros nesse processo. Mas a questão, às vezes, não é só o financiamento, mas também o preço das moradias”, pondera Agostinho.
Ainda de acordo com o professor, o programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, está em processo de retomada na comparação com o ano passado, já que aumentaram os números de residências entregues e financiadas.
O setor estima que a redução de cada ponto porcentual nos juros represente um desconto de 8%. Na simulação de um imóvel de R$ 500 mil com pagamento em 360 meses, a prestação seria 43% menor do que nos cinco anos anteriores.