Um incômodo para muitos praticantes de esportes e atividades físicas, o uso da máscara para evitar o contágio do coronavírus não afeta e também não oferece riscos à saúde. Quem explica é o médico da Confederação Brasileira de Triathlon e diretor médico do Laboratório de Performance Humana da Casa de Saúde São José, doutor Fabrício Braga.
Segundo ele, a impressão de que a proteção atrapalha o desempenho acontece porque o esforço respiratório é maior, principalmente em momentos de ações intensas. Como é comum que se puxe o ar mais rapidamente quando ocorre a redução da frequência respiratória, o atleta profissional ou amador passa a sentir maior dificuldade.
Ainda assim, Braga não descarta que a prática se torne costume e resulte em efeitos positivos após a pandemia, já que o corpo pode se beneficiar com as adaptações. “Atrapalhar até atrapalha, mas de forma alguma vai ameaçar a vida da pessoa. É questão de costume. E talvez até possa, futuramente, haver ganho após tirar a máscara”, diz.
Para facilitar a utilização, o médico recomenda a peça que se adeque melhor ao rosto da pessoa e que seja a mais confortável. Os materiais mais indicados são algodão e TNT. Quando a cobertura ficar úmida, o ideal é que seja a feita a troca rapidamente. Por esse motivo, a dica é que duas máscaras sejam levadas para o local do exercício.
“Quem optar por uma máscara feita de TNT, que é um material que molha e eventualmente perde um pouco da capacidade de filtragem, o ideal é que se leve uma de reserva. Ou até quem vai fazer um exercício mais prolongado, é melhor levar outra pra usar depois que a primeira ficar muito molhada”, explica o especialista.
As máscaras hospitalares, como o modelo N95, devem ser evitadas. Já as proteções específicas para esportes, com duas camadas e um filtro no meio, são boas opções. Em Campinas, a peça é obrigatória em academias. Nos lugares públicos, quem for flagrado com as vias aéreas descobertas tem que pagar uma multa de R$ 100.
