O brasileiro se adaptou o quanto pode a mudança repentina de sua rotina de trabalho, provocada pela pandemia da Covid-19, mas há excessos que precisam ser corrigidos, principalmente no sistema home office. A afirmação é da médica do trabalho do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Márcia Bandini.
Ela acredita que o trabalho remoto e as novas tecnologias de comunicação vieram pra ficar e devem perdurar por muito tempo. Em sua opinião, a pandemia transformou o sistema num balão de ensaio. A medica cita vários pontos fundamentais para o sucesso do trabalho profissional em casa. O primeiro diz respeito a decisão de preferencia que deve ser com partilhada entre empregados e empregadores.
O segundo ponto está relacionado a organização, pois os tempos de trabalho presencial e a distancia são diferentes e acabam provocando sobrecarga.Um exemplo citado pela especialista é a videoconferência que exige um grande nível de concentração que pode ocasionar fadiga mental. Um outro ponto fundamental citado por ela é a infraestrutura para a execução das obrigações profissionais em casa.
Na prática de acordo a médica, Márcia Bandini, no home oficce imposto pela pandemia as pessoas tem trabalhado acima da média e por muitas horas. Além disso muitos estão perdendo a sensação de pertencimento a uma organização e isso gera sofrimento. A consequencia pode ser medida nos sinais de fatiga, ansiedade e depressão entre esses trabalhadores.
Na volta ao trabalho presencial neste período de pandemia a médica, lembra que as responsabilidades são de ambas as partes. Ao empregador cabe fornecer os equipamentos de proteção individual, a higienização do ambiente a organização dos espaços, e o bloqueio epidemiológico no caso de algum registro positivo da doença. Quanto aos trabalhadores a recomendação é seguir as medidas adotadas pela empresa e redobrar a atenção no transporte, pois, se a contaminação ocorrer no percurso ela é encarada como doença do trabalho.