A incerteza e a sensação de desamparo seguem preocupando os proprietários das escolas infantis particulares de Campinas. Uma proposta de retorno de algumas atividades foi proposta à Prefeitura, mas ainda aguarda uma definição.
O setor está com as atividades suspensas desde março e a previsão continuou nebulosa depois que o retorno programado para 08 de setembro foi cancelado pelo prefeito Jonas Donizette, do PSB. A situação frustra e reflete nas finanças.
Elisabete Garcia é dona da Escola Infantil No Mundo das Cores, na Vila Mimosa, e explica que as reservas da entidade e de muitos outros estabelecimentos acabaram após cinco meses de portas fechadas na pandemia.
“Com a receita que diminuiu e os custos fixos que nós temos e que não deixaram de existir, muitas escolas estão fadadas a não existir. Algumas estão só esperando o término do ano para encerrar de vez as atividades”, reclama ela.
A queda nas matrículas foi um dos reflexos imediatos, principalmente por conta do aperto financeiro gerado às famílias no período de crise econômica. Só que o problema também incidiu sobre as escolas, que podem não conseguir voltar.
Além dos impactos negativos para a rede particular, que ficou sem alunos no período, o setor também defende que o isolamento afetou os pais, que precisaram conciliar os filhos e o trabalho, e, principalmente, as crianças.
Por esse motivo, a dona da Escola Infantil Elefantinho Azul, Rose Campos, foi uma das representantes que reuniu com a Pasta de Educação. A intenção era permitir o retorno de algumas atividades. Porém, não houve ainda definição.
“Seriam atividades não pedagógicas. Não entra no termo ‘volta às aulas’. Seria uma oportunidade para a escola ficar aberta para atender aquelas famílias que tenham essa necessidade. Mas precisamos aguardar a posição do prefeito”, diz.
No meio de agosto, Jonas Donizette comunicou que os prefeitos das cidades que integram a Região Metropolitana de Campinas estavam se articulando em busca de uma decisão conjunta para o retorno das aulas na rede municipal de ensino.
Entendida como mais efetiva para a elaboração de regras mais seguras, a medida, porém, não tem relação com o ensino particular, que é acompanhado de outro modo pelas respectivas secretarias municipais de Educação e Saúde.