A morte do Jornalista, Rodrigo Rodrigues, que desenvolveu trombose venosa cerebral por causa do coronavírus, chamou a atenção da opinião púbica para esse tipo de complicação que pode ocorrer em pacientes com covid-19.
Uma atenção que já existe na comunidade médica e científica, desde o início da pandemia. A professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Fernanda Orsi, trabalhou na elaboração e publicação de um guia direcionado a profissionais da saúde sobre a prevenção, detecção e tratamento do tromboembolismo venoso em pacientes com covid-19.
Ela explica que essa complicação ocorre porque, além da ação direta do coronavírus nos vasos sanguíneos, há uma resposta exagerada do sistema imunológico de alguns pacientes, que leva a um quadro de hiperinflamação que vai desencadear um descontrole no processo de coagulação.
Correm maior risco de desenvolver trombose, pacientes que estejam em estado grave, sob ventilação mecânica, ou condições de risco, como doenças pré-existentes, do coração e pulmonares, obesidade, gestação e pessoas que tenham sido submetidas a cirurgias ou traumas recentes. De acordo com Fernanda Orsi, a trombose venosa cerebral causa principalmente dor de cabeça, que evolui aos poucos e que pode ser confundida com uma enxaqueca.
Já, os principais sintomas da trombose venosa dos membros inferiores são dor, inchaço, alteração da coloração da pele, dificuldade de movimentação e enrijecimento da musculatura em apenas uma das extremidades do corpo. Além da da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, participaram da elaboração do guia, pesquisadores de outras 19 instituições de pesquisa.