O câmbio, a entressafra, o aumento no consumo interno dos produtos básicos e o efeito manada, são os principais influenciadores para a disparada dos preços dos alimentos que vem assustando o consumidor brasileiro. A afirmação é do pesquisador Thiago Bernardino de Carvalho, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada-Esalq/USP, de Piracicaba.
De acordo com ele existem alguns setores como o da carne e da soja que interferem na composição dos preços por conta das exportações. Já outros produtos como o leite, o arroz e o feijão, o problema está na entressafra e no aumento da demanda do consumo interno dos produtos mais básicos. Esse aumento na demanda, segundo o pesquisador do Cepea é justificado pelo desemprego e queda no poder de compra.
Para contornar o problema o Governo Federal já reduziu a zero a tarifa sobre importação do arroz e estuda fazer o mesmo com a soja. Para o pesquisador, a medida vai surtir efeito positivo a curto prazo, mas, no médio a longo prazo tudo vai depender do custo da produção interna. Para ele o que não pode ocorrer é o governo controlar os preços.
Outro fator que interfere no preço dos produtos, segundo o pesquisador, é o chamado efeito manada. Isso acontece quando o consumidor corre para estocar produtos em casa e acaba provocando uma super demanda.
De acordo com pesquisador do Cepea, uma possível queda no preço dos produtos básicos vai depender das condições para a produção no país e isso será sentido nas próximas safras que começam a ser plantada em outubro. Porém, a queda no valor dos produtos para o mercado interno vai depender muito também do câmbio. Na opinião do pesquisador, para o final do ano os preços continuam altos, com prováveis quedas provocadas pela oscilação de mercado.A expectativa vai depender da oferta e da demanda.