Moradores do entorno da Marginal do Piçarrão e ativistas têm se revezado numa vigília para tentar evitar mais cortes de árvores por causa de uma obra de construção de uma ciclovia no local. Com megafone e cartazes pedindo socorro pelas centenas de árvores arrancadas, eles relatam terem evitado o corte de algumas árvores de quase 50 anos. Muitas delas, plantadas pelos próprios moradores, como conta Marco Antônio Penteado, que mora há 30 anos na região.
Só neste quarteirão, onde o grupo se concentrou nesta quinta-feira, foram 18 árvores arrancadas. Ao todo, o grupo contabilizou 164 até o fechamento desta reportagem. De acordo com a ativista, Lucinha Bauch, são árvores saudáveis derrubadas. Sofia Dominichini Vechi conta que essa eliminação em massa das árvores desorientou e matou os pássaros que moravam no local.
A Secretaria Municipal do Verde alega que há uma compensação prevista no Termo de Compromisso Ambiental, que prevê o plantio de 950 mudas nativas, 390 mudas exóticas e seis exóticas invasoras e que será feita também a recuperação de 2.829 metros quadrados de APP e o replantio de 92 jerivás. Mas, a justificativa não convence o grupo de ativistas e moradores. Ainda de acordo com a Secretaria Municipal do Verde, todo o processo seguiu a legislação ambiental e passou pela avaliação do Comdema, Conselho Municipal do Meio Ambiente de Campinas.