Com apenas 21 anos de idade ele já teve o seu talento reconhecido . Por frequentar a mesma roda de choro com o poeta Hermínio Bello de Carvalho, ele foi introduzido na nata do samba carioca através do lendário restaurante Zicartola. E o próprio Cartola confirmou o brilho daquela rapaz tímido, com o jeito calmo de cantar e domínio do violão como poucos.
Paulo César Baptista de Faria nascido em 1942 cresceu em Botafogo tradicional bairro carioca porém a sua atenção também se dividia em Jacarepaguá aonde ia visitar a sua tia. O pai funcionário da Justiça Federal se dava ao luxo de ser musico por amor a arte e fez parte do conjunto de choro conhecido como: Época de Ouro . Com isso ele teve a oportunidade de conviver com Pixinguinha e Jacob do Bandolim que o convidou a participar de suas famosas rodas de choro.
O seu batismo foi dado pelo sambista Ze Kéti e o jornalista e pesquisador musical Sergio Cabral , os dois reconheciam um talento fora do padrão daquela rapaz e que só precisa encontrar um nome artístico . Ze Keti sugeriu Paulo da Viola em função é claro de sua técnica altamente refinada, mas Cabral rebateu e disse: “Paulinho fica melhor. ”
A relação de Paulinho da Viola com o universo da Escolada da samba já vinha desde de Jacarepaguá em apresentações na quadra da agremiação . A partir desse momento o destino começou arquitetar os seus desígnios e um outro nome deu nova direção a vida musical de Paulinho da Viola ao lhe proporcionar o encontro com a sua escola do coração através do ritmista Oscar Bigode.
Paulinho da Viola estreou com o pé direito e com o seu samba ajudou o Grêmio Recreativo Escola de Samba da Portela e levar o titulo do Carnaval de 1966 com o samba enredo Memórias de um Sargento de Milícias ,inspirado no romance de Manoel Antônio de Almeida. Agora sob o consentimento dos antigos mestres Monarco e Candeia… Paulinho da Viola foi incorporado a ala dos compositores da escola.
Como integrante do Conjunto A voz do Morro liderado por Zé Keti, e tendo ainda a participação de Elton Medeiros , Paulinho da Viola ajudou a lançar o grande sucesso Jurar com Lagrimas . Paulinho da Viola sem desrespeitar a tradição do samba buscava uma modernidade em sua música e foi se aventurar no Festival de MPB da Tv Record e em 1969 conquistou o primeiro lugar com a música Sinal Fechado, que se tornaria uma entre as suas musicas mais regravadas .
Paulinho da Viola que já tinha conquistado o reconhecimento como artista em 1970 obteve uma outra marca a música Foi um Rio que Passou em minha vida que simplesmente foi a mais tocada em todas as paradas de sucesso. Além é claro de ser uma bela homenagem a sua grande paixão a escola de samba Portela.
Paulinho da Viola ao longo de sua carreira lançou vários projetos que entrariam facilmente na lista de álbuns fundamentais da MPB. Ele já foi regravado por Marina Lima, Mart’nália, Fafá de Belém e Zé Ramalho tamanha diversidade mostra como a sua música ganha contornos universais.
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Apresentação
Robson Santos
Produção
Walmir Bortoletto
Edição
Paulo Girardi