A quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas no Aeroporto de Viracopos, desmantelada na “Operação Overload”, da Polícia Federal em Campinas, nesta terça-feira (6), criou uma espécie de “empresa paralela” dentro de Viracopos.
Segundo a PF, além de atuar com o envio de entorpecentes para o exterior, o grupo também realizava o envio de qualquer item ilícito para outros países, para qualquer pessoa que viesse a se interessar pelo serviço. Ou seja, a quadrilha atuava como uma espécie de empresa de logística para cargas ilegais, baseada em Viracopos.
Para conseguir atuar de tal forma, o grupo aliciava funcionários de empresas terceirizadas do aeroporto. As drogas eram colocadas nos aviões de formas variadas, como com uso dos caminhões que levavam cobertores para as aeronaves; pelos tratores que circulam no pátio do terminal; e também junto da comida que abastecia os aviões. Os entorpecentes eram sempre inseridos junto da carga, ou da bagagem. A PF apurou que os aliciados recebiam cerca de R$ 50 mil por carregamento, o que traria um custo mínimo de aproximadamente R$ 300 mil por cada envio de carga ilícita pela quadrilha.
A operação realizada nesta terça-feira teve cumprimento de 33 mandados de prisão temporária no estado, além de outros dois no Mato Grosso, além de 39 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Americana e Monte Mor, e outros cinco mandados de busca e apreensão no Amazonas, Rio Grande do Norte e Mato Grosso.
Duas pessoas morreram em confronto com a Polícia Federal em Campinas, durante a operação. As mortes ocorreram em confrontos em bairros próximos à Viracopos: Campo Belo e Cidade Singer. Mais de 200 policiais federais, 80 policiais militares e 6 policiais civis participam do cumprimento dos mandados.