O natal, data mais importante para o comércio em geral, não deve trazer bons resultados nas vendas, segundo a análise do professor de macroeconomia da Facamp, Saulo Abouchedid. Num cenário mais positivo, o desempenho deste ano ficaria no mesmo patamar registrado em 2019. A expectativa geral é de que os produtos natalinos estejam mais caros e que por causa disso, o consumo diminua no período. A notícia não vem em boa hora, uma vez que o natal poderia ser a grande oportunidade do comércio varejista tentar recuperar parte das perdas com a pandemia.
Outro ponto que desequilibra o balanço do fim de ano é a redução do valor do auxílio emergencial para R$ 300, o que vai diminuir o poder de compra de boa parte da população. De acordo com o professor Saulo Abouchedid, o ponto que mais preocupa neste final de ano é o preço dos produtos, que deverá ser elevado. Ele explica que a alta do dólar deverá tornar inviável qualquer produto que conte com bens importados. “Há alguns pontos que preocupam em relação às vendas. O principal ponto aqui são os preços. A gente viu aqui que os preços aumentaram nos últimos meses no comércio, principalmente por conta dos efeitos da desvalorização cambial sobre os bens importados, então aqueles produtos que possuem peças importadas terão aumento de preços. Então isso pode impactar a demanda e o consumo desses produtos”, disse.
Outras razões para os aumentos de preços têm relação direta com a alta do dólar e o encarecimento da operação logística de importação. Um dos setores particularmente dependente dos chineses é o dos eletroeletrônicos, que devem estar até 20% mais caros no fim do ano, mesmo aumento esperado para os brinquedos.
