A Região Metropolitana de Campinas registrou na última semana de novembro um aumento de 16,66% nas mortes por covid-19, quando comparada com os sete dias anteriores. A avaliação é do observatório da PUC-Campinas. No período, foram registrados 42 óbitos em decorrência da doença, nas 20 cidades da RMC.
O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, André Bueno, explica que a interpretação desses dados tem de ser feita com muito cuidado, porque eles podem não representar com clareza a evolução da pandemia. Segundo ele, as mortes foram notificadas na última semana, mas não informações sobre quando o paciente contraiu a doença e quando aconteceu o óbito. “A gente tem que ter um certo cuidado para analisar o dado, porque ele é construído a partir das informações divulgadas pelo estado de São Paulo, que na verdade expressam a data de registro do caso. Então a gente não sabe quando de fato ocorreu esse óbito e mais importante ainda, quando foi a data de início de sintomas desse paciente que evoluiu a óbito”, afirma.
Sobre o retorno da região para a fase amarela, o médico afirma que a decisão tomada pelo governo de São Paulo foi acertada, já que havia a indicação do aumento do número de internações por covis-19. Porém André Bueno questionou o fato da medida não ter sido tomada antes, já que a situação era de conhecimento das autoridades. “A decisão do estado em retornar a região e o estado todo para a fase amarela foi bastante acertada. O único questionamento que fica se ela não deveria ter sido adotada antes, visto que essa informação sobre o aumento do número de internações já estava disponível há duas semanas. A gente estava com um aumento bem consistente de internações há duas semanas”, ponderou.
Somente em Campinas, o aumento de óbitos foi ainda maior durante o período de análise. Foram 17 mortes registradas na última semana, um aumento de 30,7%.