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HC da Unicamp enfrenta novas denúncias sobre prioridades na vacinação

Foto: Arquivo/CBN Campinas

Após a denúncia formalizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp na última quarta-feira, 13, de que profissionais da saúde estariam sendo vacinados sem que estejam atuando na linha de frente da covid-19, novos casos foram relatados nesta sexta-feira. O problema se refere ao lote de 04 mil doses da CoronaVac recebido pelo Hospital de Clínicas da universidade para a imunização do corpo clínico da unidade que atende pacientes com covid-19. Os questionamentos sobre possíveis casos de ‘fura fila’ na vacinação começaram logo após o início da vacinação.

Para o sindicato, o estopim foi a imunização de uma professora da Faculdade de Ciências Médicas que não atuaria na linha de frente no combate à pandemia. A superintendência do Caism informou que ela dá plantão na unidade há 30 anos e que por isso se enquadrava no grupo prioritário para receber a dose. De todo modo, o sindicato pediu transparência no processo de vacinação, com a divulgação do nome das pessoas que receberem a vacina. Agora, novas denúncias sobre o mesmo problema surgiram.

Uma funcionária do HC que não quis se identificar e pediu para ter a voz distorcida com medo de represálias, disse que o houve prioridades entre funcionários do mesmo setor. Ela afirma que o HC não divulga a relação dos nomes dos vacinados, porque há irregularidades. “Tem funcionário que recebeu a dose, que trabalha no mesmo setor de quem recebeu. Não conseguiu nem comemorar o recebimento da tão esperada vacina, porque vê o colega passar pela humilhação que está passando. Olha, não imaginei passar por isso no HC. Os nossos líderes pensaram neles primeiro. Na última nota enviada à comunidade, eles dizem que não podem divulgar uma lista com os nomes de quem recebeu a vacina por sigilo. Nós sabemos que não vão divulgar por estar fora do critério de imunização”, afirmou.

A representante da residência médica da Unicamp, Lorena Vasconcellos, disse que até o memento, apenas parte da residência médica recebeu o chamado para a vacinação. Segundo ela, houve denúncias de que determinados grupos e profissionais estariam sendo privilegiados e que o HC reforça as dúvidas ao não propor uma campanha de vacinação com transparência. “Existem denúncias de que houve irregularidades, mas não existem provas de que houve irregularidades. O que a gente quer é uma transparência da situação, o que até então não estava tendo”, afirma.

O coordenador de assistência e vice superintendente do Hospital de Clínicas da Unicamp, Plínio Trabasso, explica que houve duas situações que favoreceram o questionamento sobre a aplicação da vacina na unidade. A primeira foi a antecipação do início da vacinação e a segunda o número reduzido de doses enviadas à unidade de saúde, suficientes para imunizar apenas 1/3 dos profissionais do HC. Deste modo, Plínio Trabasso afirma que foi necessário priorizar ainda mais os grupos para a vacinação, o que gerou dúvidas sobre a lisura do processo. “Além da antecipação não programada, teve essa redução drástica no número de doses. Por conta disso, nós tivemos que priorizar os funcionários e os trabalhadores da saúde, que atuam diariamente no contato diário e continuado com os pacientes internados para tratamento de covid”, disse.

A Unicamp emitiu uma nota informando que as listas foram constituídas pelos setores competentes com responsabilidade e imparcialidade e incluem profissionais que representam a força de trabalho no cuidado à doença, e, portanto apresentam maior risco de contaminação por estarem em contato direto com os pacientes confirmados ou suspeitos.

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