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MG proíbe jogos no Estado e Paulistão deve parar

O governo de Minas Gerais proibiu a realização de jogos de futebol envolvendo times de outros estados em razão da Onda Roxa. A fase de restrição decreta o fechamento de hotéis. Por isso, a partida entre São Bento e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista, que seria disputada nesta quarta-feira no estádio Independência, em Belo Horizonte, foi oficialmente cancelada.
Foto: arenaindependencia.net

O governo de Minas Gerais proibiu a realização de jogos de futebol envolvendo times de outros estados em razão da Onda Roxa. A fase de restrição decreta o fechamento de hotéis. Por isso, a partida entre São Bento e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista, que seria disputada nesta quarta-feira no estádio Independência, em Belo Horizonte, foi oficialmente cancelada.

Minas era um dos estados que haviam oferecido suporte à Federação Paulista de Futebol para dar continuidade ao Estadual. Pela Copa do Brasil, o jogo entre Marília e Criciúma/SC, que define o adversário da Ponte Preta na segunda fase, havia sido transferido para Varginha e não poderá mais ser disputado no local.

Em São Paulo, o Ministério Público Estadual já havia recomendado a suspensão das partidas e o pedido foi acatado pelo Governo do Estado desde segunda-feira, 15 de março. A restrição vale até o dia 30 por conta da fase emergencial decretada pelas autoridades paulistas. O dérbi entre Ponte Preta e Guarani está programado para o próximo meio de semana.

Em reunião com a FPF, o Ministério Público manteve a posição de pedir que os jogos não sejam liberados. Por isso, os clubes devem ser comunicados em encontro virtual nesta terça de que o Paulistão será paralisado, mesmo contra a vontade da entidade.

Confira a nota da Federação:

A Federação Paulista de Futebol comunica que se reuniu nesta segunda-feira (15) pela manhã com o Governo do Estado de São Paulo e, à noite, com o Ministério Público Estadual para tratar da paralisação do esporte na Fase Emergencial.

Nos dois encontros, a FPF apresentou um estudo e uma proposta baseada em critérios médicos e científicos, que embasavam o pedido de liberação parcial do futebol neste período, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma “bolha de segurança” para atletas e comissões técnicas. Para conhecimento público, abaixo listamos os argumentos:

1-  Assim como os restaurantes, que estão impedidos de receber clientes em seus salões e têm funcionado com sistema de delivery, o futebol segue sem público nos estádios, entregando ao torcedor, na sua casa, os jogos por meio de transmissões. No entanto, o futebol é a atividade econômica que possui um rigoroso e inédito protocolo de saúde, com testagens semanais de seus colaboradores e acompanhamento médico diário. Com a paralisação, mais de 3.000 atletas, membros de comissões técnicas e funcionários das agremiações param de ter esse controle médico;

2- O rígido controle faz com que o futebol tenha uma taxa de positividade de 2,2% —15 vezes inferior à taxa do Estado de São Paulo e menor que a metade do número recomendado pela OMS para controle da pandemia (5%). E, como a grande maioria dos atletas que contraíram COVID-19 são assintomáticos, esta testagem ativa permite identificar e isolar imediatamente o profissional, evitando a contaminação de mais pessoas;

3- Na apresentação de quinta-feira (11/3), em que anunciou a Fase Emergencial, o Governo do Estado de São Paulo utilizou um slide em que citou como exemplo países que adotaram medidas restritivas. Em nenhum dos países listados pelo Governo, o futebol foi paralisado na segunda onda de COVID-19, o que demonstra que não há qualquer referência científica internacional que embase a decisão de paralisação do futebol para combate à doença;

4- A partir do anúncio da paralisação do futebol, a FPF estudou alternativas e elaborou, com base em dados científicos, um protocolo ainda mais rigoroso para proteger atletas, comissões técnicas, árbitros e os profissionais do futebol. O documento prevê a redução de 56% da quantidade de partidas disputadas no período da Fase Emergencial, com a suspensão temporária da Série A3 e parcial da Série A2 do Campeonato Paulista —a Série A1 teria seus 24 jogos realizados. Para assegurar ainda maior segurança aos profissionais, o novo protocolo criava novamente o conceito de “Bolha de Segurança”, com todas as delegações testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamento até o fim deste período. Sem qualquer contato externo, os clubes se deslocariam apenas para os estádios (totalmente desinfetados) e retornariam para seus alojamentos, com testagens antes e depois das partidas. Além disso, o número de profissionais de operação de jogo nos estádios seria reduzido em 70%, com um esforço coletivo de comunicação para conscientizar torcedores da necessidade do isolamento social. 

A FPF esclarece que, embora todas as medidas tenham sido bem recebidas pelo Governo de São Paulo e pelo Ministério Público, o pleito foi rejeitado sob argumentos que fogem de qualquer conceito médico e científico já visto mundialmente no combate à COVID-19. Nesta tarde (16), a FPF e os clubes das Séries A1, A2 e A3 se reunirão novamente para discutir as medidas que serão tomadas, garantindo a conclusão das competições em suas datas programadas.

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