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Municípios pequenos debatem compra de vacinas

Reprodução / AMPPESP

A Associação de Municípios de Pequeno Porte do Estado de São Paulo (AMPPESP) realizou nesta sexta-feira (7) uma reunião online para discutir a compra de vacinas por parte dos municípios. Participaram do encontro representantes da Anvisa, Fiocruz, Intituto Butantan, além de outras autoridades da área da saúde, e também prefeitos e representantes dos municípios.

Diretores da Fiocruz e do Butantan fizeram apresentações sobre as vacinas AztraZeneca/Oxford e Coronavac, atualizando a situação da produção dos imunizantes no país neste momento. O Butantan também trouxe informações sobre o andamento do projeto da Butanvac, a nova vacina de produção nacional.

O Prefeito de Cordeirópolis, e presidente da AMPPESP, Adnan Ortolan, falou sobre o interesse dos municípios em adquirirem diretamente as vacinas, reduzindo a dependência do Governo Federal, mas ressaltou a dificuldade de isso se efetivar. “A gente gostaria de estreitar a relação com a Anvisa em relação a importação de vacinas, apesar da visão que nós temos que devemos fortalecer o Programa Nacional de Imunização. Nenhum município brasileiro conseguiu efetivamente adquirir vacinas, tê-las a disposição e aplicar vacinas”.

Posteriormente, representantes de uma indústria farmacêutica, Daniela Tabak e David Zylbergeld Neto falaram sobre os cuidados que os municípios precisam ter ao escolher os intermediários para a compra dos imunizantes. “Hoje temos uma situação que é complexa, pois temos ‘N’ número de intermediadores tentando fazer com que vacinas cheguem ao Brasil, comprar vacina hoje não é simples”, afirmou Daniela.

“Também não vamos nos ater a esses números mirabolantes, 100 milhões de vacinas servem pra 50 milhões de pessoas, não é suficiente ainda para ofertar vacinas para o Brasil initeiro, nós estamos nas mãos dos indianos e dos chineses que são os maiores produtores de IFA, de insumos”, destacou Zylbergeld, que ainda fez um alerta aos prefeitos sobre possíveis aproveitadores. “”Todo dia bate na porta dos senhores prefeitos indivíduos que mostram papel dizendo ter autorização de empresas para vender vacinas, isso não existe, cuidado, não ponham o dinheiro de vocês na mão de ‘brokers’, pois vocês vão perder dinheiro e prejudicar a população”.

Encerrando o encontro, o Médico e Fundador da ANVISA, Dr. Gonzalo Vecina, ressaltou a necessidade de o país acelerar o ritmo de vacinação, e com isso reduzir o número de mortes pela covid-19, mas também indicou achar improvável que os municípios consigam comprar os imunizantes nos próximos meses. “Nós temos vacina para vacinar os 160 milhões de brasileiros (adultos), só que na melhor das hipóteses vamos terminar de vacinar em novembro, quem conseguir mais vacinas deve comprar, o problema é que não existe oferta mundial de vacinas. Se a gente conseguisse fechar acordo com a Sputnik nesse momento, ela não entregaria mais de 10 milhões de doses ao Brasil”, afirma.

Vecina chamou atenção também para como os agravamento da pandemia na Índia afeta a vacinação em diversos países, incluindo o Brasil.” O Serum (da Índia) é um instituto muito importante e famoso, mas não tem condição de entregar vacina pois agora que a Índia entrou nessa crise sanitária ele tem de direcionar toda produção para atender as necessidades da Índia. Então, se alguém disser que entrega, não pague antes, pague na entrega, espere a vacin chegar, pois a escassez de vacina é mundial”.

Até o momento nenhum estado ou município recebeu doses adquiridas diretamente, e a vacinação segue ocorrendo somente com imunizantes distribuídos pelo Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunização.

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