Pedestres alcoolizados puxam estatísticas de acidentes

Foto: Polícia Militar Rodoviária

Todos já sabem que bebida e direção é uma combinação perigosa, que traz consequências devastadoras no trânsito, mas pouca gente associa o risco que o álcool pode causar quando ingerido por pedestres. O Boletim Epidemiológico de Óbitos por Acidentes de Trânsito de 2020, divulgado pela prefeitura de Campinas nesta terça-feira, 11, apontou que muitas das vítimas fatais de atropelamentos registrados no município estavam alcoolizadas. Do total de 120 mortes contabilizadas no ano passado no município, 44 eram pedestres, sendo esse o segundo grupo com mais ocorrências, ficando atrás apenas dos acidentes com motos, que registraram 46 vítimas fatais.

A atitude imprudente dos pedestres estava presente em 15% das condutas de risco verificadas após os acidentes. A enfermeira do Departamento de Vigilância e Saúde de Campinas e responsável pelo comitê de análise de óbitos por acidente de trânsito, Ana Paula Crivelaro Ferreira, disse que boa parte das vítimas de atropelamentos estava alcoolizada. Ela explica o grau etílico das pessoas reduz a capacidade de reação e reflexo em situações que envolvem acidentes, principalmente em rodovias. “Quando a gente vai para os rodoviários, que são os pedestres, a gente tem que os fatores de risco principais foram atitude imprudente dos pedestres, álcool e drogas. E aí é aquela coisa: o álcool estava envolvido no condutor que atropelou? Nos fatos que a gente conseguiu comprovar e ter foi que não. Nós tínhamos nossos pedestres alcoolizados e que o álcool acabou impedindo e atrapalhando no julgamento dessas vítimas”, afirmou.

O Boletim Epidemiológico de Campinas levou em consideração o registro de 120 acidentes, que causaram 123 óbitos no município em 2020. 59 deles aconteceram em trecho urbano, com maiores ocorrências na Avenida John Boyd Dunlop, com quatro casos e nas Avenidas das Amoreiras, Engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza e Presidente Juscelino, com dois casos cada. Foram 61 acidentes no trecho rodoviário, sendo a Rodovia dos Bandeirantes com o maior número de registros, 12 no total, seguida pela Anhanguera e Santos Dumont, com 11 e a Dom Pedro, com 10. 34,4% dos acidentes aconteceram no sábado e no domingo e 45,8% no período da noite. Do total de 120 vítimas fatais, 106 eram homens e 17 mulheres. A faixa etária que responde ao maior número de vítimas, 42 no total, estava com idade entre 40 e 59 anos. E 61% dos óbitos se referiam a moradores de Campinas, o que mostra que muitos acidentes envolveram pessoas de outras cidades.

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