A Polícia Federal de Campinas realizou, nesta quinta-feira, uma operação para apurar crimes contra o Sistema Financeiro Nacional na ordem de R$ 190 milhões na gestão da Pauliprev – autarquia que faz a gestão previdenciária dos servidores públicos municipais de Paulínia.
A ação tem como finalidade conseguir provas sobre irregularidades na autarquia e recebimento de “vantagem indevida” dos gestores, que são suspeitos de aplicar o dinheiro da Pauliprev em fundos de investimento.
Os policiais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Paulínia, Sumaré, Louveira e Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com informações da PF oito pessoas são investigadas, entre elas o ex-prefeito de Paulínia José Pavan Júnior.
As investigações tiveram início em 2019 depois de uma delação de um dos investigados durante a Operação Encilhamento, deflagrada em 2018.
Na delação, consta ter sido pago, em 2015, R$ 300 mil em espécie ao então prefeito de Paulínia em troca do controle da Pauliprev, como explicou o delegado da Polícia Federal, Edson Geraldo de Souza.
Ainda em 2015, com o novo presidente nomeado a partir da negociação com o então prefeito, a Pauliprev fez duas aplicações, ambas autorizadas pela Diretoria em um fundo que já trazia problemas de recebimento, no valor de R$ 85 milhões.
O delegado da PF comentou dos indícios das irregularidades, inclusive que, quem assinava as aplicações como Diretora Financeira, era uma auxiliar de enfermagem.
Com todas essas aplicações, somadas a uma anterior já realizada em 2013 no mesmo fundo, cerca de 12% do patrimônio da Pauliprev foi concentrado neste investimento.
Ainda segundo o delegado da Polícia Federal em Campinas, de acordo com as investigações, houve o pagamento de comissão de 7% para servidores públicos, o delator e seu sócio.
O que diz os envolvidos:
A CBN não conseguiu contato com o ex-prefeito de Paulínia, José Pavan Júnior.
Também procurada, a PauliPrev informou em nota que os mandados judiciais cumpridos foram em endereços residenciais dos investigados, sem qualquer intercorrência no Instituto ou com os seus atuais dirigentes. Ressaltou, porém, que dará todas as informações necessárias e suficientes à Polícia Federal.
A autarquia esclareceu que não apenas nessa Operação atual da Polícia Federal, mas em todas as investigações envolvendo TCE-SP, MPSP e demais órgãos fiscalizadores, sempre contribuiu com transparência
Por fim, disse que acompanha com atenção a apuração dos fatos, de modo que os envolvidos em ilegalidades sejam identificados e respondam por seus atos na medida da lei.