Crise hídrica está no horizonte paulista pela falta de chuva

Foto: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo

O volume de chuva registrado nos últimos anos e a situação dos reservatórios paulistas faz o estado flertar com a possibilidade de uma nova crise hídrica nos próximos anos. O atual período de estiagem já deve trazer algumas consequências imediatas para o brasileiro em geral. A Agência Nacional de Energia Elétrica definiu que as contas de luz neste mês vão indicar a bandeira vermelha patamar 2, com custo adicional de R$ 6,24 a cada 100 kilowatt-hora consumidos. Em maio, os consumidores contaram com a bandeira vermelha patamar 1, com adicional de R$ 4,16/100 kWh. Por quatro meses seguidos, entre janeiro a abril, a bandeira tarifária foi amarela, que tinha adicional de R$ 1,34/100 kWh.

Além do peso no bolso, as autoridades estão preocupadas com o desabastecimento nos reservatórios. Numa análise mais ampla do abastecimento no estado, as precipitações médias apresentam uma oscilação que dura um grande período de tempo, que pode variar entre 20 e 50 anos. Isso significa que durante algumas décadas, as chuvas no estado de São Paulo são mais volumosas e num período seguinte, há uma escassez maior, segundo o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo.

Ele desenvolveu estudos nessa área em conjunto com o consórcio PCJ, que chegaram a essa conclusão. Segundo o professor Zuffo, essa análise é recente e pouco difundida. O acadêmico defende o uso desse conhecimento no que chama de situações práticas para controle do abastecimento e da distribuição de energia no estado de São Paulo. “Esse comportamento de sobe e desce, a maioria não conhece esse efeito. A gente percebeu isso, pelos estudos que fizemos no consórcio PCJ, e depois por outros estudos que já foram publicados pela literatura, que esse fenômeno foi descrito pela primeira vez em 1968. Então ele muito recente ainda e não foi usado em situações práticas”, afirma.

No final de maio, o Sistema Nacional de Meteorologia emitiu o primeiro alerta de emergência hídrica. O aviso trata da escassez de chuvas, entre junho e setembro deste ano, na região da Bacia do Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O secretário-executivo do consórcio do PCJ, Francisco Lahóz disse que os alertas vêm sendo feito pelo grupo há anos. “Necessitamos sim ter um uso consciente da água. E que, quando órgãos como o Sistema Nacional de Meteorologia faz um alerta nacional em 2021, concluímos que estávamos certos em todos os nossos planejamentos e alertas”, disse.

Para os próximos meses, o estado de São Paulo não deverá ter vida fácil. O volume de chuva previsto para o período de estiagem, deve ficar um pouco abaixo da média histórica, o que reforça o alerta, com explica a meteorologista do Cepagri, Ana Ávila. “O que nós temos em termos de expectativa climática para os próximos meses é que essa situação deve ficar em torno da normalidade ou ligeiramente abaixo da média. Ou seja, mesmo que tenhamos as condições normais, é um volume bem pequeno mesmo, bem baixo de chuva”, finaliza.

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