Agricultores da região de Campinas contabilizam os prejuízos gerados pelas geadas registradas nos últimos dias, após uma queda brusca de temperatura na região. As perdas geradas pela geada podem levar anos para serem recuperadas. Uma das piores situações é a dos cafeicultores, que podem ter de trabalhar por até três anos para obterem safras plenas como as que vinham sendo registradas.
César Monteiro é agricultor, e cultiva pimentão e berinjela no sítio dele em Monte Mor. Ele afirma que as plantações dele foram prejudicadas por ao menos quatro geadas nas últimas semanas. “É um grande prejuízo, pois além da dedicação, o tempo que a gente leva pra formar uma lavoura é de até 90 dias para a gente começar a colher, aí a gente ia começar a colheita e vieram essas quatro geadas, é prejuízo de todos os lados, todo mundo vai pagar mais caro e não tem a mercadoria, a gente fica com o coração na mão”.
Domingos Pereira é técnico agrícola e atende clientes na região. Segundo ele, vários agricultores perderam suas produções devido às condições climáticas. Ele relatou a situação de plantações de batata e feijão em propriedades rurais de Elias Fausto. “Saí cedo hoje para ver as lavouras de batata, elas estão todas congeladas, não tem muito o que fazer, a única coisa é aguar mas não dá tempo de aguar todas para derrubar um pouco do gelo, já o feijão praticamente perdeu quase tudo, o feijão tá todo seco e não tem muito o que fazer, o prejuízo é grande”.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP de Piracicaba, os impactos das geadas podem ser generalizados, atingindo também produtos como etanol e açúcar, e até mesmo relacionados à pecuária, como carne e leite, pois as geadas impactam na alimentação dos rebanhos. Ou seja, o consumidor também será impactado pelas geadas. A consultoria financeira XP estima que o problema impactará a inflação em ao menos 0.1 ponto percentual.
Agricultor tenta salvar plantação atingida por geada
