Os estudos envolvendo a vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, estão chegando na reta final, cerca de um ano após as primeiras doses serem aplicadas.
O coordenador dos testes do imunizante na Unicamp, Dr. Doutor Francisco Aoki, que também é médico infectologista e docente da Faculdade de Ciências Médicas da universidade, explica como se dará esta última parte do acompanhamento dos voluntários. “A gente está iniciando a finalização agora em Agosto, tem um período de 12 meses de segmento, e os primeiros 500 que foram escolhidos vão agora para a avaliação final, paulatinamente, durante 2 ou 3 meses, e posteriormente pouco mais de 300”.
Um dos principais pontos a serem avaliados é a eficácia da vacina após um determinado tempo da aplicação. “Quanto tempo que o indivíduo tem de manutenção de anticorpos neutralizantes, se há uma redução da eficácia ao longo do tempo, ou redução da quantidade de anticorpos após um ano, tudo isso é avaliado”, explica Aoki.
No total, 13 mil voluntários participaram dos testes em oito estados e no Distrito Federal. O coordenador afirma que ainda não há uma resposta clara sobre a necessidade de uma terceira dose, ou de um reforço anual, mas acredita ser provável haver sim a necessidade do reforço anual, pois é o que ocorre, por exemplo, com a vacina contra a gripe.
Quanto à eficácia da Coronavac nos voluntários, o Aoki afirma que os resultados são bons, ao contrário do que muitas pessoas afirmam por questões políticas. “Dá pra se observar uma eficácia em torno de 50%, e pros casos graves uma proteção importante evitando internações em terapia intensiva, o que reduz a transmissibilidade e faz com que o surgimento de mutações acabe se reduzindo de tal maneira que a população fique menos exposta à vírus mutantes”.
Ainda não se sabe se a Unicamp irá participar dos testes da Butanvac, vacina desenvolvida pelo instituto Butantan, mas Aoki afirmou que a universidade participará com prazer caso seja convidada.
