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Alta nos preços dos itens da cesta básica sufoca renda das famílias

Foto: Francisco Lima Neto

O preço dos alimentos básicos, dos combustíveis e despesas com moradia, aumentou, em média, 33% no País, nos últimos 12 meses, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), feito com base no Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em julho, essas despesas básicas pesaram 18% no orçamento das famílias. Para o consumidor, isso significa que a cada R$ 20 gastos em despesas básicas, no mesmo período do ano passado, agora terá de desembolsar quase R$ 27.

A alta dos preços impacta diretamente o dia a dia da população. No Mercado Municipal de Campinas, por exemplo, o fluxo de clientes diminuiu, segundo os comerciantes. E aqueles que vão reclamam do preço.

A auxiliar de limpeza Regina Alves reclama dos preços das carnes. “Percebi aumento nas carnes, nos peixes. Na sardinha paguei R$ 13,99. Da última vez, estava por volta de R$ 6. Subiu bastante. Os preços estão um absurdo. Eu ia comprar carne, mas não vou mais. Vou embora. Está muito cara”, reclama.

O impacto dos aumentos também recai sobre os comerciantes, que muitas vezes, absorve as altas, antes de repassar ao consumidor. Graziele Mancini, dona de um açougue, diz que o preço das carnes não para de subir. “Subiu bastante desde o meio do ano. A carne de frango teve aumento de 50% nos últimos meses. As pessoas substituam a carne bovina pela de frango, mas nem tem essa opção agora. O frango inteiro está R$ 10 reais o quilo, ele tem cerca de três quilos, dá R$ 30 reais, é complicado”, diz.

Ela conta que diminuiu a margem de lucro que era de 15% a 20%, mas ainda sim, as vendas despencaram. “Está muito difícil. Caiu bastante o movimento. Tem movimento no pagamento, mas está difícil. O pessoal de assusta com os preços. Passa, olha, pesquisa, pede descontos”, explica.

O aposentado Vicente Ferreira, é um dos que diminuíram o consumo. “Sempre compro nesse açougue. O preço está muito alto, só de vez em quando que eu compro agora. Diminuí. Hoje estou levando só um quilo de lagarto. Antes comprava mais. Está pesando um pouco”, afirma.

Para tentar diminuir os prejuízos e atrair os clientes, é preciso usar a criatividade. “A gente inventou a semana do pescado. Do dia 9 a 15 de setembro, são dois dias de promoção, quarta e quinta. Iscas de salmão de R$ 12,99 por R$ 4,99. A gente pega peixe inteiro, corta e limpa para o cliente ter vontade de levar. Faz promoção de R$ 5,90, R$ 10,90 para estimular o cliente”, conta Bianca Quintino, funcionária de uma peixaria. Ainda de acordo com ela, mesmo depois do dia 15, data final da promoção, ela deve continuar.

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