Setembro é o mês que recorda a luta das pessoas com deficiência em nossa sociedade. Esse público busca a cada dia o espaço, seja no mercado de trabalho, no estudo, nas atividades esportivas ou até em pequenas tarefas do dia a dia. O dia 21 foi a data nacional de busca pela inclusão.
Campinas sedia dois projetos esportivos de inclusão social para este público. Um deles é o Futsal Down S21 da Ponte Preta. Desde 2016, o time acolhe pessoas com Síndrome de Down entre 6 e 40 anos de idade e realiza treinos e jogos de futebol para homens e mulheres. Atualmente o grupo possui 50 atletas.
O projeto foi criado por pais de jovens com essa condição genética e essa é a história do Maurício Carvalho, um dos idealizadores e coordenador da equipe. Ele é pai do Rafael, de 25 anos. Maurício explica a importância do dia 21 de setembro e afirma que até hoje aprende coisas novas sobre cuidar de uma pessoa com Síndrome de Down: “Eu acredito que é uma data que deva ser aproveitada para dar mais visibilidade às pessoas com deficiência, mas a luta é diária. É uma luta que a gente sempre deve ter em mente que deve ser realizada com amor e alegria. E por que? Nós, durante 25 anos, eu costumo dizer que faz 25 anos que eu estou aprendendo a ser pai, do Rafael e da Marina, e faz 25 anos que eu aprendo sobre Síndrome de Down”, diz.
Outro projeto para pessoas com deficiência é o time de futebol de amputados da Ponte Preta, que existe desde 2017. Juninho, capitão da equipe, já teve diversos resultados positivos, como medalha de bronze na Copa do Mundo em 2018, 3º lugar no Campeonato Brasileiro de 2019 e medalha de prata na Copa das Favelas de Futvôlei em 2020.
Neste ano Juninho foi convocado novamente para os treinos da Seleção Brasileira de amputados, que em outubro de 2022 vai disputar as eliminatórias na Turquia. O jogador conta que a data nacional de luta das pessoas com deficiência é importante não só para a sociedade ver essas pessoas com outros olhos, mas também o próprio deficiente: “É uma data que eu creio que as pessoas acabam pensando mais sobre esse assunto que é a inclusão, até mesmo os próprios deficientes acabam focando mais nisso, fazem refletir mais sobre o espaço que cada um quer alcançar, quer atingir. Nós sabemos que a maior dificuldade, deficiência, ela não está no físico, mas sim na cabeça da pessoa quando ela própria coloca limites”, conta.