Hortas urbanas são alternativas contra fome e desperdício de alimentos

Foto: Divulgação

A pandemia do novo coronavírus e a alta taxa de desemprego no país aumentaram o total de famílias em situação de insegurança alimentar moderada e até sofrendo com a fome. Ao mesmo tempo, 30% de toda produção de alimento mundial são desperdiçadas ao longo da cadeia, segundo a Organização Fundo Mundial para a Natureza, o WWF Brasil. Por conta disso, até o dia 22 acontece em Campinas a Semana da Alimentação para conscientizar sobre esse tema.

A engenheira de Alimentos, Ana Garbin, diz que essa perda considerável ocorre por diversos fatores, como mudanças climáticas, transporte precário, e falta de treinamento. Ana Garbin afirma que os consumidores também são responsáveis pelo desperdício, quando apertam os alimentos para sentir a consistência e quando desprezam aqueles que esteticamente não são considerados perfeitos.

“São comportamentos que culturalmente nós fazemos há muito tempo, que contribuem para que esse número, essa quantidade exorbitante de alimentos vá para o lixo, sendo que poderia estar alimentando pessoas que estão passando fome”, explica.

A engenheira de Alimentos afirma que apesar de ser uma cidade rica, Campinas tem pontos chamados de desertos alimentares, que são lugares em que a população não consegue acesso à comida saudável. Para Ana Garbin, as hortas comunitárias são uma boa forma de combater esses problemas, já que diminui a distância entre o produtor e o consumidor final, impactando diretamente na redução do desperdício.

“Quando a gente pensa em hortas urbanas e comunitárias elas exercem um leque gigantesco de benefícios para a sociedade. Essa autonomia de as pessoas conseguirem plantar o seu próprio alimento é um dos benefícios relacionados à questão da segurança alimentar, a geração de renda, é um artifício para que a gente combata a pobreza estrutural que a gente vê no mundo e vê também dentro do nosso país, e o encurtamento da distância. A gente poder ter acesso a esse alimento dentro da própria cidade diminui o desperdício”, diz.

Para a especialista, o poder público tem papel essencial no fomento e na promoção dessas hortas, no fornecimento de infraestrutura, garantia de água, e na facilitação do escoamento da produção.

Jota Santos, proprietário de um bar e um restaurante no Cambuí, afirma que o desperdício é uma preocupação diária.

“Nós nos preocupamos muito com isso, com o desperdício de alimentos. A grande verdade é que nós como servimos bem, sempre perguntamos para as pessoas se elas querem o prato mais cheio ou não. Nós temos uma preocupação mundial com o desperdício de alimentos até porque a fome está por aí”, diz.

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