A venda de imóveis usados caiu 18,95% em agosto, em Campinas e em outras 22 cidades da região, em relação a julho, segundo pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). A maior parte dos imóveis comercializados fica na periferia dos municípios.
No mês de agosto, 53,85% dos imóveis comercializados eram apartamentos, sendo que 55,21% foram adquiridos via financiamento bancário.
De acordo com José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, a queda nas vendas tem fatores fundamentais, sendo um deles a alta na taxa de juro.
“A Selic vem aumentando mês a mês. Os bancos não estão absorvendo nada disso, estão repassando de imediato para os consumidores e com isso o valor da prestação do financiamento acaba ficando mais alto e aí a renda familiar não atinge o mínimo necessário para que o banco possa fazer a aprovação do financiamento”, explica.
Quase a metade dos imóveis usados vendidos no mês é de bairros da periferia das cidades, com 48,31% do total. O restante se divide entre bairros de áreas nobres, com 31,46%, e centrais, com 20,22%.
Segundo o presidente do CreciSP, o fato de a maior parte dos imóveis vendidos estar na periferia tem relação direta com a renda familiar.
“Foram 48,31% foram transacionados em preço de até R$ 300 mil. É muita coisa. E se levar em conta ainda que de R$ 100 mil a R$ 200 mil nós tivemos quase 23% dos imóveis. É um público grande. Exatamente o público que está sendo inserido no mercado de trabalho com carteira assinada”, diz.
José Augusto diz a região é rica e tem renda média per capta acima dos R$ 33 mil, mas a crise econômica causada pela pandemia encolheu a renda das pessoas.
Para ele, os vendedores e investidores devem estar atentos já que os dados mostram que o comprador está buscando apartamentos de menor valor, de perfil construtivo mais simples e distantes dos bairros mais valorizados.