O anúncio da volta da obrigatoriedade da presença em sala de aula dos alunos das redes estadual, municipal e privada de ensino feito pelo Governo do Estado está dividindo opiniões entre profissionais de educação. A Dirigente de Ensino da região Oeste de Campinas, Patrícia Adolph Lutz, classificou a notícia como excelente, pois afirma que os alunos perderam muito com o ensino a distância em relação ao ensino presencial. Ela afirma que é importante que essa volta aconteça o quanto antes, mesmo que isso se dê no final do ano letivo. “Nós já ficamos muito tempo longe, nem que faltasse um dia para terminar o ano letivo. As escolas estão preparadas para isso”.
A dirigente é responsável por uma área em que há 97 escolas, que neste mês já terão a obrigatoriedade de presença mesmo dentro do sistema de bolha, ou seja, com as turmas sendo dividas em dias e períodos. A partir de 3 de novembro, sem a necessidade de distanciamento mínimo, acabará a limitação, e consequentemente o sistema de bolha.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), informou considerar a medida desnecessária, descabida e perigosa. Na avalição da Apeopesp, as escolas não têm condições de cumprir os protocolos de segurança contra a Covid. O sindicato ainda alega que em diversas instituições não há funcionários de limpeza para garantir a higienização das unidades.
Sobre a rede municipal de Campinas, a Secretaria Municipal de Educação informou definirá quais serão as diretrizes tomadas nas escolas da rede municipal após a publicação do decreto do estado sobre a volta presencial. Mas a Diretora de Educação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas, Vera Claro, afirma que o sindicato é contra o retorno. “O sindicato é contrário a volta às aulas desde o início, nós entramos com ação no Ministério Público, e estávamos certos, pois desde que voltou tivemos um aumento expressivo de profissionais e alunos positivados (para covid-19)”. As aulas presenciais foram retomadas na rede municipal de Campinas no final do mês de abril, após um ano e um mês de suspensão. Porém, a presença não era obrigatória desde então.