A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas indiciou uma mulher suspeita de ataque racista contra a vereadora Paolla Miguel (PT), durante sessão da Câmara Municipal de Campinas, no último dia 8.
O depoimento da suspeita estava marcado para as 14h, dessa quarta-feira (17), mas ela apareceu de surpresa na delegacia por volta das 8h, o que foi entendido como uma manobra para evitar a imprensa.
Na sessão da Câmara, enquanto a vereadora defendia um projeto em votação sobre o Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra, um grupo de manifestantes de direita gritava palavras de ordem contra a vacinação e contra a exigência de apresentação de comprovante de imunização para ingressar em eventos. Os participantes também xingavam os vereadores até que a frase “preta lixo” foi ouvida.
A suspeita foi identificada pelo vereador Jorge Schneider (PL), em depoimento na semana passada. Foram analisadas imagens da sessão e também de celulares. Contudo, o delegado José Glauco Ferreira, responsável pelo caso, disse que o material não contribuiu para confirmar a autoria do crime porque as pessoas usavam máscaras e estava muito barulho. A mulher negou a autoria da frase.
“Ela negou ter a intenção de ofender a vereadora e que não foi intenção dela praticar o crime de injúria racial”, explicou o delegado.
A suspeita afirmou que disse “Petta lixo”, contra o vereador Gustavo Petta (PC doB), mas ainda assim, ela foi indiciada com base no depoimento da testemunha.
“Ela usou a expressão Petta lixo, que fez referência a outro vereador que não era a que estava falando. Ela foi indiciada e a polícia em breve vai encaminhar para o poder judiciário”, apontou Ferreira.
A mulher ainda apresentou duas testemunhas que comprovariam que a frase foi direcionada a Gustavo Petta. Elas devem ser ouvidas ainda nessa semana.