Campinas registrou neste ano um crescimento de 13,4% na população em situação de rua em relação ao último censo, realizado em 2019. A divulgação do Censo realizado no fim deste ano contabiliza 932 pessoas em situação de rua na cidade. Em 2019 eram 822. Esse aumento, de acordo com a Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, se deve principalmente à crise econômica e à pandemia, mas não foge muito da média histórica anual que é de 10%.
A contagem revelou que a maioria da população em situação de rua está situada na região Leste de Campinas, que abrange o Centro, com 50,72% do total. A segunda colocação ficou com a região Sul, com 22,97%. A região com menor número foi a Noroeste, com 3,34%. A presença massiva desta população no centro tem sido uma reclamação recorrente de quem circula pela região central e principalmente de comerciantes, que alegam que eles espantam os clientes.
De acordo com Vandecleya Moro, Secretária de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, não é essa população que realiza esse tipo de importunação, por isso é feito um trabalho conjunto com as forças de segurança para identificar a criminalidade. “No entanto, esse novo levantamento vai contribuir para a criação de programas de incentivo para desestimular a permanência dessa população nas ruas, como ocorre com o programa “Mão Amiga”, de inserção no mercado de trabalho”.
Pela primeira vez, esse levantamento considerou os animais de estimação que acompanham esses moradores, o que ocorre em 9% dos casos. O objetivo é fazer um monitoramento através de microchipagem para acompanhar a vacinação e a certificação de que estão sendo bem tratados. Quanto à decisão de oferecer ou não esmola ou comida a essa população, Vandecleya afirma ser de livre decisão de cada um. “Mas, existe uma rede de serviços para atender essa população com abrigos, café da manhã, almoço, café da tarde e jantar”.
A maioria se autodeclarou homem com 81,5%; seguido de mulheres, com 16,2%. Mulheres trans representam 0,9%, homens trans são 0,6%, homossexuais 0,5% e travestis, 0,4%. A maioria (20,1%) está há mais de 10 anos nas ruas. A seguir, estão de 2 a 5 anos (19,9%) e de 5 a 10 anos (14,6%). A maioria (70,1%) tem imunização integral contra a covid-19. Os demais são recém-chegados à cidade e estão sendo imunizados. A porcentagem das pessoas em situação provenientes de Campinas é de 29%, 37% são de outros estados, 20% são do estado de São Paulo, sendo 5% da RMC e 6% da capital.