A Promotoria de Justiça de Campinas definiu, junto com membro do MPSP Rodrigo Augusto de Oliveira, integrantes do Núcleo de Assessoria Técnica Psicossocial (NAT) e gestores municipais, um protocolo com o fluxo de atendimento para combater a evasão escolar.
De acordo com José Tadeu Jorge, secretário de educação do município, a pandemia fez com que o número de crianças que abandonaram os estudos crescesse. “Com a pandemia, essa situação sofreu um certo agravamento por várias razões. Principalmente pelo fato de as escolas não estarem com atividades presenciais durante um tempo longo. Isso fez com que aumentasse a quantidade de crianças que deixaram de frequentar a escola.”
Cerca de 244 mil crianças entre seis e 14 anos estavam fora da escola neste segundo semestre de 2021, de acordo com dados da organização Todos Pela Educação. Esse número representa um aumento de 171% em comparação com 2019, onde 90 mil jovens passavam por essa evasão.
Segundo o secretário, outro fator comum para esse aumento é o trabalho infantil. “Essas pessoas podem ter conseguido alguma colocação, por necessidade, e deixaram de ir à escola exatamente porque conseguiram algum tipo de trabalho para ajudar nas despesas da família, já que a pandemia pode ter produzido o desemprego do pai ou da mãe.”
Agora, os conselhos tutelares de Campinas têm até o início do mês de janeiro para apresentar um esboço das informações que necessitam das escolas para fazer a busca ativa dos estudantes evadidos. Já a Secretaria Municipal de Educação e as Diretorias de Ensino farão as suas considerações, que serão encaminhadas ao MPSP em até 15 dias.