A grande maioria das crianças brasileiras com até 5 anos costumam consumir alimentos ultraprocessados. Este estudo, coordenado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aponta que 80% das crianças nesta faixa de idade consomem com regularidade, por exemplo, biscoitos, farinha e refrigerantes.
Os que têm até 2 anos também possuem esse hábito preocupante. O estudo mostra que apenas 22,2% dos bebês de 6 a 23 meses são alimentados preferencialmente com vegetais e frutas.
De acordo com o pediatra, Tadeu Fernando Fernandes, Presidente do Departamento de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria, os ultraprocessados são nocivos à saúde das crianças.
Tadeu explica que a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda os ultraprocessados para crianças e no caso dos menores de 2 anos, esse consumo deve ser de zero por cento, “As crianças precisam consumir comida de verdade, como carne, feijão, arroz, frutas, legumes e verduras”.
De acordo com o pediatra, os ultraprocessados possuem um alto grau de industrialização. “São vários aditivos, como o sal, açúcar, óleos, gorduras, proteínas de soja e extratos de carne e até substâncias sintetizadas em laboratório a partir de fontes orgânicas”.
O consumo de gorduras trans e açúcares desde a infância está ligado à obesidade infantil, hipertensão arterial, diabetes e aumento do risco cardiovascular precoce, por exemplo.
Tadeu explica que os processados possuem um alto grau de carboidratos e de gordura trans. “É aquela que deixa os alimentos saborosos, mas podem causar doenças, como a pipoca de microondas e o macarrão instantâneo”.
O levantamento faz parte do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil. Foram realizadas visitas domiciliares em 123 municípios brasileiros entre fevereiro de 2019 e março de 2020, totalizando 14.558 crianças menores de 5 anos.