O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito civil para investigar as denúncias da existência de “rachadinha” no gabinete do vereador Otto Alejandro (PL). A informação do Ministério Público é de que a ação corre em sigilo.
De acordo com a denúncia, o parlamentar ficaria com parte dos salários dos assessores indicados e nomeados tanto na Câmara quanto na Prefeitura. Os percentuais de devolução chegariam a 70%.
Além dele, o Ministério Público confirmou que recebeu mais uma denúncia. Agora, em relação ao ex-vereador Cidão Santos. Nesse caso, o MP se limitou a informar que analisa o caso.
Com a denúncia contra Cidão Santos, chega a dez o número de vereadores envolvidos no suposto esquema.
Quanto aos outros parlamentares, o órgão estadual disse que aguarda as informações solicitadas pela promotoria de Justiça de Campinas e que as investigações devem ser retomadas após o recesso de final de ano.
As acusações são distintas e, além do ex-vereador Cidão Santos, referem-se aos vereadores Nelson Hossri (PSD), Filipe Marchesi (PSB), Oto Alejandro (PL), Jorge Schneider (PL), Gustavo Petta (PCdoB), Edison Ribeiro (PSL), Marcelo Silva (PSD), Permínio Monteiro (PSB) e Zé Carlos (PSB).
Oito denúncias foram feitas de forma anônima, e duas delas, dos vereadores Marcelo Silva e Gustavo Petta, por uma mesma mulher.
Todos os vereadores negam as acusações.
Rachadinha é o termo usado para as situações em que políticos que ocupam cargos públicos ficam com parte dos salários dos assessores.
De acordo com o MP, a partir das acusações, cabe ao órgão solicitar esclarecimentos. Para isso, foram pedidas informações como os nomes e qualificações de todos os assessores dos parlamentares, bem como as exonerações.
O procedimento, chamado de “Notícia de Fato” deve estar concluído em até 120 dias, sendo 30 prorrogáveis por 90. Depois, o promotor de Justiça Ângelo Carvalhaes, responsável pelos procedimentos, pode decidir pelo arquivamento ou pela instauração do inquérito civil.
O vereador Otto Alejandro foi procurado pela CBN. Uma funcionária do gabinete informou que ele estava em uma reunião externa e que não teria como contatá-lo.
O ex-vereador Cidão Santos, ocupa atualmente a presidência da Mata Santa Genebra. Ele classificou como uma onda de denuncismo que busca atingir tanto vereadores de direita quanto de esquerda. Ele disse ter 16 anos de serviços prestados ao Legislativo, que tem um nome a zelar e que nunca houve uma denúncia contra ele. Por fim, disse que cabe aos denunciantes, na maioria, anônimos, provar o que disseram.
