Campinas pretende iniciar a vacinação de crianças com idades entre cinco e 11 anos contra a covid-19 ainda nesta semana. No sábado está programado mais um Dia D de vacinação para aplicação da dose de reforço contra a covid-19 em adultos, e sete unidades de vacinação deverão funcionar exclusivamente para crianças, caso as vacinas para o público infantil sejam enviadas pelo Ministério da Saúde a tempo.
A perspectiva é que o primeiro lote, com 1,2 milhão de doses de vacinas infantis da Pfizer, chegue ao Brasil na madrugada de quinta-feira, pelo aeroporto de Viracopos. De Campinas as doses seguirão para Guarulhos, e de lá serão distribuídas aos estados e municípios.
Há outras duas remessas previstas para as quintas-feiras seguintes, dias 20 e 27. O Brasil deve receber cerca de 4,3 milhões de doses ainda neste mês.
O contrato com a Pfizer prevê a compra de 20 milhões de doses da vacina pediátrica para o Brasil. No entanto o país precisaria de 40 milhões para imunizar todas as crianças entre 5 e 11 anos com as duas doses. Em Campinas são 112 mil crianças nessa faixa etária.
Uma pesquisa da Fundação Seade, que é ligada ao Governo do Estado, indicou que 84% dos pais de crianças nessa faixa etária pretendem vacinar os filhos assim que as doses estiverem disponíveis. A pesquisa foi feita em 6 de janeiro, com mais de 1,1 mil entrevistas por telefone com pais e mães de todas as regiões do estado.
O empresário Willian Perissato afirma que irá vacinar o filho dele, de nove anos. “Vou vacinar meu filho sim, ainda mais voltando as aulas, eu vou me aperfeiçoar mais no assunto para ver se não há risco para as crianças, mas acredito que o futuro é isso aí mesmo, a vacinação”.
Anderson Degrecci tem duas filhas, uma delas na faixa etária a ser vacinada. “Eu acho extremamente imprescindível a vacinação nesta faixa etária, considerando até os números recentes, a gente percebe que mesmo com aumento dos casos, são casos leves, as mortes e casos graves estão sob controle, e isso obviamente é fruto da vacinação”.
O Governo do Estado anunciou na semana passada que a vacinação começará por um grupo de prioridade de 850 mil crianças com comorbidades, deficiência, ou que são indígenas ou quilombolas. Na sequência seriam imunizadas as outras quase 3,5 milhões de crianças. A secretaria de saúde de Campinas afirma aguardar um documento técnico do Estado para definir este planejamento na cidade.
Os cartórios brasileiros registraram 324 mortes de crianças de 5 a 11 anos desde o início da pandemia.