Desde o início da pandemia, quando medidas de restrição foram adotadas, e várias atividades ficaram suspensas por meses, muita gente faz um questionamento pertinente: E o transporte coletivo, que funciona geralmente com veículos lotados, não é um local que favorece a transmissão da covid-19?
Na última semana o Prefeito de Campinas, Dário Saadi, minimizou a transmissão nos ônibus da cidade, afirmando que ela é inferior à que ocorre em eventos como festas e shows, por exemplo. “Nós temos feito várias remodelações no transporte, que é importante para termos um transporte melhor, mas do ponto de vista estatístico a transmissão dentro dos ônibus não é importante, a transmissão num show, numa festa, onde as pessoas estão bebendo sem máscara, por horas e horas, ela é infinitamente maior e sim, esse é um local que transmite”, argumentou.
Mas, dentre os usuários do transporte coletivo, há quem discorde do prefeito, como a atendente Milane Alves. “Eu acho isso uma grande hipocrisia, pois o contato não tem a ver com o que se está fazendo, e sim com a proximidade, quando eu pego o ônibus está bem lotado, se sabe que essa variante é mais contagiosa, então eles deveriam tomar medidas para diminuir a questão do fluxo”.
O vigilante Pablo Rodrigues costuma utilizar o transporte coletivo diariamente, nos horários de pico, e demonstra preocupação com a transmissão da covid-19 nos coletivos. “Bastante, pois quanto maior o número de pessoas no coletivo maior o risco de transmissão, tem muita gente no ônibus que não usa máscara, o que ele disse eu não concordo com isso, não reflete a realidade que quem utiliza o transporte público vive”.
Segundo dados da Emdec, diariamente mais de 200 mil pessoas utilizam ônibus em Campinas. Para diminuir o risco de transmissão, todos passageiros devem utilizar máscara, o que é obrigatório, e os veículos devem estar bem ventilados, com as janelas abertas.