Entre tantas dificuldades econômicas no período, 2021 ficou marcado pela alta acelerada dos combustíveis, em especial, o etanol e a gasolina. O resultado foi um impacto importante na evolução da inflação dos últimos 12 meses, que voltou a assombrar a vida dos brasileiros. Em Campinas, a situação não foi diferente.
As sucessivas altas no preço dos combustíveis pegou muita gente de surpresa e encher o tanque do carro passou a ser encarada com muita dificuldades. O motorista Valmir Soares disse que sempre é pego de surpresa quando vai abastecer o carro, com tantos aumentos no preço da gasolina. “Na hora de abastecer, o preço já tinha sido aumentado. O preço já subiu da noite para o dia”, relatou. Já o autônomo Jorge Santos fala da peregrinação que é a busca por um preço melhor em Campinas. Segundo ele, a procura por uma situação é complicada, já que os reajustes vêm acontecendo de maneira frequente. “A gente procura, procura o melhor (preço), né? Porque do jeito que tá aí, todo dia aumentando”, resume o trabalhador.
Segundo um levantamento do Índice de Preços Ticket Log, a gasolina fechou o ano de 2021 com alta de 46,7% em comparação ao ano anterior, enquanto o etanol registrou uma alta ainda maior, de 56,5% no período em análise. Dezembro fechou com a gasolina custando em média R$ 6,89. No mesmo mês, em 2020, o litro do combustível valia R$ 4,69. Já o etanol, passou de R$ 3,60, em média, registrado em dezembro de 2020 para R$ 5,77 no mesmo período do ano passado.
O diretor da Faculdade de Economia da PUC-Campinas, Izaias de Carvalho Borges, afirma que esses dados são extremamente preocupantes. Segundo ele, os reajustes dos combustíveis em 2021 ficaram muito acima do que seria considerado normal e essa alta exagerada reflete no preço de muitos outros produtos necessários para o cidadão. “É uma coisa que vem preocupando a população de uma maneira geral, mas também os economistas, por dois motivos: primeiro porque vem aumentando muito, a variação do preço dos combustíveis, principalmente em 2021. Foi muito grande, muito acima da inflação e acima do preço de outros itens. E o segundo ponto de preocupação é que tem um impacto muito grande sobre outros preços”, explica.
Os dados do IPTL também identificaram que nos dias 24, 25 e 26 de dezembro deste ano, feriado do Natal, os brasileiros pagaram 45,53% mais caro pela gasolina, se comparado ao mesmo período do ano passado. O combustível, que no Natal de 2020 custava em média R$ 4,710, neste ano passou para R$ 6,837.