Veterinário nega negligência após morte de irara no Bosque dos Jequitibás

Foto: Michele Andrade de Barros

A morte de uma irara fêmea neste final de semana gerou um questionamento sobre uma suposta negligência no Bosque dos Jequitibás, em Campinas. Tudo começou na última sexta-feira, 21, quando um grupo de adolescentes passeava pelo parque e flagrou uma briga entre dois animais da mesma espécie, dentro de uma jaula. Os jovens disseram que procuraram ajuda, mas não encontraram ninguém. No desespero, eles quebraram o vidro da jaula com uma pedra, e um jovem de 15 anos entrou no recinto para separar as duas iraras.

Apesar de não apresentar ferimentos aparentes, a fêmea foi removida e encaminhada para a veterinária do Bosque. Porém, o animal morreu após o atendimento. A irara vai passar por um exame necroscópico para apurar a causa da morte. O veterinário do Bosque dos Jequitibás, Douglas Presotto, disse que a atitude dos jovens foi impensada e que o parque conta com uma equipe grande de funcionários, entre tratadores e vigilantes.

Ele afirma que as críticas ao parque não fazem sentido, porque no momento da invasão da jaula, um dos vigilantes já estava abrindo a porta do recinto. “Dizer que não tinha funcionários, parece que o parque estava abandonado. Não. Tinha os vigilantes. Inclusive, um dos vigilantes estava tentando abrir a porta do recinto, quando o rapaz, talvez pelo desespero, acabou jogando o objeto para quebrar o vidro. Nós temos vigilantes que rondam o parque. Nós temos grupo de WhatsApp dos vigilantes. Então, dizer que não tinha ninguém para acudir, é aquela questão da população que acaba exagerando nos comentários”, disse.

Sobre a causa da morte da irara, o veterinário Douglas Presotto disse que somente o laudo necroscópico poderá apontar o que de fato aconteceu. Segundo ele, é possível que ela tenha realmente sido vítima de uma suposta briga dentro da jaula ou mesmo ter desenvolvido alguma doença que a levou a óbito. “Pode ser que ela desenvolveu alguma condição de uma forma rápida de doença e isso tenha desencadeado uma crise nela. Depois o macho acabou interagindo ou atacando, na visão de quem estava lá no momento. É o que eu tenho a dizer agora. Pode ser que amanhã a gente tenha algum indício na necropsia, que mostre ou esclareça se ela morreu em consequência de uma briga”, explicou.

O casal de iraras viva junto em uma jaula do Bosque dos Jequitibás desde 2011. Em setembro do ano passado, a fêmea, chamada Jade, perdeu os movimentos dos membros posteriores, por uma causa desconhecida. Ela foi removida do cativeiro e iniciou uma terapia com células-tronco, no Hospital Veterinário da PUC-Campinas. O procedimento foi inédito neste tipo de animal e teve o objetivo de substituir ou regenerar células, tecidos ou órgãos, para restaurar ou estabelecer a função normal. Após o tratamento, a irara recuperou parte dos movimentos e foi reintroduzida novamente no recinto em que ela vivia com um macho da espécie. Segundo a administração do Bosque, todos os cuidados para essa reinserção foram tomados e o casal voltou a ficar junto no local, até o incidente da última sexta-feira.

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