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Pesquisa aponta que mulheres ganharam 20% menos que homens em 2021

Um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas, apontou que, em média, as mulheres ganharam 19,9% menos do que os homens no mercado de trabalho durante o ano de 2021. A diferença foi maior entre os profissionais com mais anos de instrução, ou seja, entre os trabalhadores com ensino superior completo. Neste caso, elas ganhavam 36,4% menos que os homens com o mesmo grau de ensino.

O rendimento médio habitual das mulheres foi de R$ 2.255 em 2021, contra R$ 2.815 dos homens. Considerando apenas os trabalhadores ocupados que concluíram o ensino superior, a renda média subia a R$ 6.647 entre os homens, contra um resultado de R$ 4.228 para as mulheres. Para a economista do Observatório PUC-Campinas, Eliane Rosandiski, o dado não surpreende quando se fala na paridade salarial entre homens e mulheres.

Ela afirma que essa é uma situação que vem se perpetuando, ficando bem estabelecido nas relações trabalhistas do Brasil.  “Eu acho que isso é um retrato que vem se perpetuando há muito tempo, quando a gente discute a situação da mulher no mercado de trabalho. Que revela uma condição, de alguma forma, estrutural, da forma como elas se inserem neste mercado”, afirma.

O quadro da região de Campinas não é diferente daquele apresentado pela pesquisa da FGV. O Observatório PUC-Campinas fez uma análise em 2020, que mostrou que, dentre os profissionais empregados na CLT, 28% das mulheres tinham curso superior, enquanto 19% dos homens tinham o mesmo grau de escolaridade. Essas mulheres, ganhavam salários, em média, na casa dos R$ 5,5 mil, enquanto os vencimentos dos homens ficavam na casa dos R$ 8,4 mil.

A economista Eliane Rosandiski, destaca que as características que levam um empregador a pagar um salário, não são aplicadas da mesma forma, dependendo do sexo do trabalhador. “O que que isso significa em última instância? Significa que, de que maneira essa mulher está se inserindo (no mercador de trabalho). Porque muitas vezes a gente atribui a remuneração ao grau de escolaridade. Só que quando a gente olha no mesmo perfil de escolaridade, nós temos remuneração bastante diferente”, disse. O estudo da FGV foi elaborado a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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