A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (16) a Operação Queóps, contra crimes financeiros. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Indaiatuba, Itu, Jundiaí, São Paulo, Diadema e Santos. As ações visam combater grupos de estelionatários que praticam a chamada “pirâmide financeira”, utilizando uma empresa sediada em Indaiatuba.
O delegado assistente da DIG/Deic, Fernando Sanches, deu mais detalhes sobre a investigação. “Essa investigação teve início aqui por conta da sede da empresa ser em Indaiatuba e alguns diretores da empresa residirem em Indaiatuba, mas provavelmente são laranjas, e as vítimas são do Brasil inteiro. São apurados os crimes de estelionato, crime financeiro, pirâmide financeira, eventualmente lavagem de dinheiro e organização criminosa”.
Segundo a investigação, a empresa, que prometia ganhos com commodities agrícolas, teve o CPNJ adquirido de forma fraudulenta, por meio da falsificação dos documentos de outras empresas, com o objetivo de ter um CNPJ antigo, para gerar credibilidade, e com isso, enganar mais facilmente os investidores.
A investigação aponta que a empresa foi criada com único intuito de aplicar golpes, e para isso, contou com auxilio de outros profissionais como contadores, advogados, falsos advogados, marqueteiros, entre outros. Todos estão sendo investigados, assim como os responsáveis pela criação da empresa.
A Polícia afirma que os investidores eram estimulados ao máximo para trazerem novos investidores, sendo esta a única forma de se conseguir os bônus ou lucrar. A estimativa é que os golpes tenham movimentado R$ 300 milhões, conforme conta o delegado. “Os valores são astronômicos segundo algumas vítimas já ouvidas, eles superam centenas de milhões de reais, mas a apuração continua, e se tudo der certo, em uma segunda fase acessaremos as contas com quebra de sigilo fiscal e identificaremos os responsáveis por essa organização criminosa”.
Ainda de acordo com as investigações, nunca houve ganho através da negociação de commodities agrícolas, e todo o lucro vinha, na verdade, de aportes de novos investidores.
Uma quadrilha totalmente especializada por pessoas conhecidas como “arareiros” e “piramideiros” teria auxiliado os responsáveis a criar, gerenciar e aplicar o golpe, e a empresa mudou de nome após denúncias de investidores que afirmaram terem sido enganados.
No cumprimento dos mandados de busca, foram apreendidos diversos documentos de empresas que foram utilizados na fraude, além de telefones celulares, computadores, notebooks, cartões de memorias e pen drives. Participaram da operação Policiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), através da 1ª DIG e GOE.
A operação o nome de Queóps pois este é o nome de uma das mais conhecidas pirâmides no Egito, que foi construída como túmulo para o faraó Queóps.